Viagem à Europa

Um comboio, duas mochilas, a Europa: em vésperas de eleições europeias vamos fazer um Interrail. Vamos parar aqui e ali, de Barcelona a Bruxelas, de Atenas a Berlim, de Sófia a Londres. Os pontos estão marcados no mapa, o espaço é para surpresa.

Berlim, Alemanha

Portugueses que fizeram em Berlim o que não fizeram em Lisboa

Um café vintage numa esquina, com uma vitrina dos 1950 e nada mais recente do que dos anos 1990, e uma sala de espectáculos/exposições/espaço de trabalho nas traseiras de um prédio, com parafernália de som e um caos organizado. Este fim-de-semana visitámos dois portugueses em Berlim. Em duas visitas, duas surpresas.

Dídio Pestana e Lúcia Vicente escolheram viver em Berlim há já vários anos. Têm em comum serem portugueses, e não fazerem parte de uma onda recente de chegadas relacionadas com a crise.

Aqui acabaram por ter projectos que poderiam ter mais dificuldade em realizar em Lisboa: Dídio Pestana com o Altes Finanzamt, um colectivo de várias nacionalidades que tem um espaço que programa concertos, exposições e dança e Lúcia Vicente com o Lissabonbon, um café-vintage-que-não-é-português, cupcackes e um grupo de burlesco.

Enquanto Dídio manteve um percurso – dar aulas de português e trabalhar “no mesmo que trabalhava em Portugal”  – música e som para filmes, normalmente documentários”, Lúcia passou por vários empregos e fez coisas totalmente diferentes: “Fui ‘junior communication manager’ numa empresa apesar de não ter qualquer formação na área – sou de História. Mas aqui o que valeu foi a minha experiência a vender cupcakes na net, dinamizar a página no Facebook, etc. Foi nisso que a entrevista, via Skype para Singapura, se focou”, conta. “Em Portugal veriam uma licenciatura em História e nenhuma experiência em comunicação e poriam logo a minha candidatura de lado”, comenta. 

As duas visitas acabaram, por coincidência, com música. No Altes Finanzamt, havia um concerto dos Shorthand for Distance, formada por Dídio e pelo islandês Eirik. E no Lissabonbon uma das clientes, Victoria Pickett, a viver em Berlim desde os anos 1980, deu um miniconcerto de uklele.

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