Portugal disposto a enviar formadores para o Exército iraquiano

Ministro Santos Silva fala sobre aprofundamento das relações da UE com a NATO.

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O redireccionamento da atenção da NATO para o Mediterrâneo e o Médio Oriente interessa Portugal David FURST/AFP

Portugal está disponível para enviar formadores militares para o Iraque, no âmbito de uma missão da NATO, quando forem identificadas as áreas de maior necessidade, assegurou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que participa numa reunião ministerial da Aliança Atlântica em que se prepara a agenda da cimeira de Varsóvia, de 8 e 9 de Julho.

“A NATO tem uma nova lógica de 360 graus, procura projectar estabilidade tanto para a Norte como a Sul”, frisou o ministro português. E para isso procura colaborações – o seu parceiro mais próximo é a União Europeia, com a qual partilha 22 países-membros. Mas a reunião desta sexta-feira foi a primeira na História da Aliança Atlântica que teve uma sessão dedicada apenas à EU, com a qual a NATO quer aprofundar as suas relações.

A Suécia e a Finlândia, que não fazem parte da NATO, mas têm uma “relação especial” com a organização, estiveram presentes no encontro, onde se alinhavou uma declaração que será divulgada na cimeira de Varsóvia. Deverá falar sobre a guerra híbrida – em que são meios convencionais mas também irregulares, desinformação praticada de várias maneiras e também ciberguerra, utilizada nos conflitos dos últimos anos em que a Rússia esteve envolvida, com a Geórgia ou a Ucrânia, por exemplo – mas deverá ter um alcance político geral, disse fonte da NATO ao PÚBLICO.

Ficou ainda decidido que até à cimeira de Julho se deve realizar uma nova reunião NATO/Rússia, ao nível de embaixadores, revelou o ministro Santos Silva. “A posição portuguesa é que a relação entre a Aliança e a Rússia deve ser pautada pela firmeza e pelo diálogo político.”

O redireccionamento da atenção da NATO para Sul, para o Mediterrâneo e o Médio Oriente, é um tema que interessa Portugal. Reforçar a segurança a Sul, reconstruir a resiliência de países como a Tunísia e a Líbia são preocupações da NATO com as quais Lisboa se identifica.

O ministro Santos Silva sublinhou ainda a importância do reforço e alargamento da missão da NATO no Mediterrâneo central, fazendo causa comum com a UE. “Está ligada sobretudo à necessidade de travar as redes de tráfico de pessoas, operações de vigilância e salvamento”, explicou.

Quanto a uma eventual união de esforços da UE com a NATO para missões de construção de instituições, como antes tinha sugerido o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, tudo é possível, desde que o novo Governo de unidade nacional o peça. “Tanto a NATO como a União Europeia devem estar prontos para fornecer formação à Líbia”, disse Santos Silva.

A jornalista viajou a convite da NATO

 

 

 

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