Suspeito de ataque em Estocolmo tinha ordem de expulsão da Suécia

Polícia revela que uzbeque, procurado pelas autoridades desde Dezembro, já tinha manifestado simpatia pelo Daesh.

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O local onde o camião atropelou várias pessoas está transformado num memorial Reuters/TT NEWS AGENCY

A polícia sueca revelou que o alegado autor do ataque de sexta-feira em Estocolmo, de nacionalidade uzbeque, era procurado pelas autoridades desde que recebeu ordem de expulsão do país, em Dezembro, e já teria manifestado simpatia pelos jihadistas do Daesh.

Os detalhes sobre o homem de 39 anos que os investigadores acreditam ser o condutor do camião que percorreu a grande velocidade a principal rua pedonal da capital, matando quatro pessoas e ferindo outras 15, foram revelados na mesma altura em que a procuradoria sueca confirmou a detenção de uma segunda pessoa ligada ao ataque, por suspeita de “crime terrorista através de homicídio”. Há outras cinco pessoas sob custódia policial para interrogatório, de um total de 500 que foram ouvidas nos últimos dias.

Sobre o principal suspeito, cujo nome não foi ainda divulgado, as autoridades suecas adiantaram neste domingo que ele pediu um visto de residência permanente em 2014, que acabaria por ser recusado em Junho do ano passado. Em Dezembro, os serviços de imigração deram-lhe quatro semanas para deixar o país e desde então era procurado por ter desrespeitado a ordem de deportação.

Um caso semelhante ao de Anis Amri, o tunisino que em Dezembro lançou também um camião contra um mercado de Natal em Berlim, num ataque que matou 12 pessoas e acabou por ser reivindicado pelo Daesh. As autoridades alemãs revelaram depois que Amri, que chegara ao país em 2015, estava a aguardar a conclusão do processo de deportação, já depois de ter sido detido por crimes menores e de ter sido identificado como potencialmente ligado a grupos radicais.

Apesar de muito semelhante aos ataques de Berlim e ao de Nice (quando um camião atropelou 84 pessoas no dia em que França celebrava o seu dia nacional), ambos reivindicados pelo Daesh, nenhum grupo reconheceu ainda a autoria da acção em Estocolmo. O chefe da polícia criminal, Jonas Hysing, revelou, no entanto, que o uzebeque “manifestou simpatia por organizações extremistas, incluindo o Estado Islâmico”, como é também conhecido o Daesh. Não explicou, no entanto, se a polícia já dispunha desta informação antes do ataque de sexta-feira, explicando apenas que não estava classificado como uma ameaça pelos serviços de segurança suecos.

As autoridades suecas revelaram ainda a nacionalidade das quatro vítimas mortais – dois suecos, um belga e um britânico – e que dos 15 feridos, dez continuam hospitalizados, dois dos quais nos cuidados intensivos.

Entretanto, na vizinha Noruega, a polícia detonou na manhã deste domingo um “engenho semelhante a uma bomba” no centro de Oslo e deteve uma pessoa suspeita de estar ligada ao incidente, num novo sinal da segurança reforçada adoptada nos países da região após o ataque em Estocolmo. 

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