Polacos saíram à rua para protestar contra Governo eurocéptico

Entre dez a 20 mil pessoas manifestaram-se em Varsóvia contra o partido conservador e eurocéptico no poder.

Foto
LUSA/RADEK PIETRUSZKA

Milhares de pessoas saíram às ruas de Varsóvia este sábado para protestar contra o partido conservador e eurocéptico que governa actualmente a Polónia, numa tentativa da oposição de começar a centrar as atenções para as eleições municipais que se realizam no próximo ano.

Estima-se que entre dez e 20 mil pessoas se juntaram ao protesto, um número bastante inferior às manifestações que se seguiram à chegada ao poder do partido Lei e Poder no final de 2015, que começou quase de imediato a realizar profundas reformas políticas, tais como a remodelação do Supremo Tribunal.

No entanto, a manifestação deste sábado, sob o slogan “Marcha da Liberdade”, foi a maior que a oposição, liderada pelo partido centrista Plataforma Cívica, conseguiu organizar nos meses mais recentes.

“Nós somos por uma Polónia democrática, uma Polónia europeia, pela Polónia que é orgulhosa, que procura amigos e parceiros, não inimigos na Europa tal como é hoje”, afirmou Grzegorz Schetyna, líder do partido Plataforma Cívica, aos manifestantes que levantavam bandeiras polacas e da União Europeia.

O Governo polaco foi alvo de uma onda de críticas de Bruxelas pelas alterações que realizou no Supremo Tribunal, com a União Europeia a afirmar que a medida poderia prejudicar o processo democrático.

Para além disso, as críticas centraram-se também no aperto do controlo à comunicação social. A Comissão Europeia vai apresentar um relatório sobre a situação na Polónia no dia 16 de Maio.

Jaroslaw Kaczynski, líder do partido do Governo, garantiu que a liberdade não está em risco. “Hoje temos liberdade e ao participar nesta marcha alegando que actualmente a liberdade está em risco, estão, na verdade, a marchar (pelo) oposto”, disse Kaczynski durante uma visita à cidade de Szczecin, na costa do Báltico.

As eleições municipais polacas estão marcadas para 2018, e as sondagens mais recentes mostram, pela primeira vez desde 2015, a Plataforma Cívica à frente do Lei e Poder.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários