Papa quer que visita ao Egipto seja "mensagem de reconciliação" com o mundo islâmico

Francisco chega ao país liderado pelo general Sissi na sexta-feira.

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Reuters

O Papa Francisco quer que a viagem ao Egipto, na sexta-feira e sábado, "seja uma mensagem de fraternidade e de reconciliação" entre todas as religiões e "de maneira particular para o mundo islâmico".

Na mensagem vídeo que habitualmente envia à nação que vai visitar, Francisco deseja que a sua viagem seja "uma mensagem de fraternidade e de reconciliação a todos os filhos de Abraão, de maneira particular ao mundo islâmico, no qual o Egipto ocupa um lugar destacado".

Francisco espera que também "contribua eficazmente para o diálogo inter-religioso com o mundo islâmico e para o diálogo ecuménico com a venerada e amada Igreja copto-ortodoxa".

Durante as 27 horas da visita ao Egito está previsto que o Papa se encontre com o máximo representante da Igreja Copta, Teodoro II. Francisco viajará em companhia do patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu.

O pontífice argentino quer também "que a visita seja como um abraço de consolo, de alento e de estima para todos os habitantes do Egipto e da região".

Na mensagem, o Papa recorda que o mundo "está dilacerado pela violência cega" e cita os últimos atentados que atingiram o Médio Oriente. "O coração da vossa querida terra, que precisa de paz, de amor e de misericórdia".

Francisco diz que o Egipto "precisa de agentes de paz e de pessoas livres e libertadoras, de gente valente que saiba aprender com passado para construir o futuro sem fechar-se em preconceitos". O Egipto "tem necessidade de construtores de pontes de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade".

"Aos irmãos egípcios, jovens e anciãos, mulheres e homens, muçulmanos e cristãos, ricos e pobres", o Papa deseja que "Deus todo poderoso os bendiga e proteja o país de todo o mal".

Na mensagem de vídeo, o Papa diz em árabe Shukran wa Tahiahì, o tradicional pedido de "rezai por mim", e descreve o Egipto como "berço de civilização, dono do Nilo, terra de sol e hospitalidade, onde viveram patriarcas e profetas, e onde Deus, clemente e misericordioso, todo poderoso e único, fez ressoar a sua voz".

E sublinha a sua alegria por ir "como amigo, como mensageiro de paz e como peregrino" ao país "que, há dois mil anos, deu refúgio e hospitalidade à Sagrada Família, que fugia das ameaças do rei Herodes".

"Sinto-me honrado por visitar a terra na qual habitou a Sagrada Família", adianta.

Francisco agradece o convite do Presidente egípcio, Abdelfatah al Sissi, com quem tem marcada uma reunião, e do xeque Ahmad al Tayeb, máximo responsável da universidade egípcia de Al Azhar, o centro de referência do islão sunita.

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