Papa critica pipeline aprovado sem consentimento das tribos indígenas

Líder da Igreja Católica alude ao pipeline Keystone XL aprovado por Trump.

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O Dakota Pipeline Access tem sido sinónimo de intensos protestos LUSA/Amber Bracken/WORLD PRESS PHOTO HANDOUT

O Papa Francisco criticou indirectamente a decisão da Administração Trump de dar luz verde à construção do oleoduto Keystone XL, revertendo decisões anteriormente tomadas pelo ex-Presidente Obama, que suspendera os projectos por razões ambientais e de protecção dos povos indígenas. O líder da Igreja Católica entende que as populações indígenas que vivem em territórios afectados pelo projecto devem dar consentimento prévio a qualquer actividade económica que afecte a sua cultura e “a relação ancestral deles com a terra”.

Os comentários do Papa, que desde a sua eleição em 2013 saiu em apoio dos direitos indígenas inúmeras vezes, foram feitos a representantes de tribos que participam no Fórum dos Povos Indígenas, em Roma.

“No que a isto diz respeito, o direito ao consentimento prévio deve sempre prevalecer”, disse o Papa, citando a Declaração da ONU de 1997 sobre os Direitos dos Povos Indígenas. “Só então é possível garantir uma cooperação pacífica entre as autoridades governamentais e os povos indígenas, de modo a superar confrontação e conflitos”.

O líder da Igreja Católica abordou o tema dois dias depois de um juiz federal dos Estados Unidos não ter dado provimento a um pedido apresentado por tribos indígenas, que pediam a interrupção temporária da construção da ligação final do gasoduto de 1897km de extensão.

As tribos Standing Rock Sioux e Cheyenne River Sioux argumentam que o projecto vai impedir a prática de cerimónias religiosas no Lago Oahe, que afirmam estar localizado em território sagrado, e coloca em risco o abastecimento de água limpa na reserva indígena. Milhares de membros da tribo e activistas acamparam nas planícies de Dakota do Norte, onde protestos e confrontos com o exército americano duram desde Abril de 2016.

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