Petição em França contra gabinete oficial da primeira-dama

Documento já reuniu 200 mil assinaturas e continua a crescer – enquanto a popularidade de Emmanuel Macron desce.

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Emmanuel e Brigitte Macron são o alvo da petição online Reuters/POOL
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Era uma promessa de campanha de Emmanuel Macron: criar um estatuto de primeira-dama, que não existe em França. Mas pelo menos 200 mil franceses não querem que se gaste dinheiro a criar um gabinete oficial para a mulher do Presidente, com orçamento próprio e assistentes para Brigitte Macron, e importam-se o suficiente para terem assinado uma petição online para impedir o Presidente de o fazer.

No texto da petição os signatários argumentam que não há motivos para que a mulher do governante seja paga através de fundos públicos. Macron, durante a campanha eleitoral, tinha assegurado que o cargo não seria financiado com dinheiro público.

O documento recorda que Macron prometeu a moralização da vida pública e o combate à corrupção para melhorar a confiança pública nas instituições. "Paradoxalmente, o recurso aos empregos familiares será em breve interdito na Assembleia Nacional. É uma das medidas essenciais da lei de moralização da vida política francesa", sublinha o texto da petição, sugerindo que reconhecer o estatuto de primeira-dama seria dar um emprego a Brigitte Macron – como o candidato da direita nas presidenciais, François Fillon, fez à sua mulher, Penelope Fillon.

“A acontecer [a criação do estatuto de primeira-dama francesa], deverá resultar de uma decisão tomada em referendo e não por um homem só”, defendeo texto, assinado por Thierry Paul Valette, artista e fundador da organização Igualdade Nacional.

O documento ressalva que “condena todos os ataques sexistas contra Brigitte Macron” e insiste que, em momento algum, está a questionar as competências da mulher de Macron. “No entanto, num momento em que o comportamento ético precisa de ser reiterado na política francesa não podemos não sancionar a criação de um estatuto especial para a mulher do presidente Macron.”

Valette lembra que Brigitte tem já “dois a três colaboradores, duas secretárias e dois seguranças, e isso é suficiente”.

A petição surge numa altura em que a popularidade do Presidente francês continua a cair. No último mês, a taxa de aprovação de Macron caiu sete pontos percentuais, para níveis abaixo dos 40%. Eleito em Maio de 2017, Macron tem uma popularidade mais baixa do que os seus antecessores em igual período de mandato. François Hollande e Nicolas Sarkozy tinham respectivamente 56% e 66%, lembra o Guardian. Nem Hollande, nem Sarkozy criaram um gabinete oficial para as suas mulheres.

 

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