Oposição a Dilma tem votos suficientes para aprovar impeachment, diz Folha de S. Paulo

Jornal conta que 54 senadores já declararam publicamente que vão aprovar a destituição da Presidente brasileira.

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REUTERS/Ueslei Marcelino

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB) anunciou na noite desta terça-feira que vai votar a favor da destituição de Dilma Rousseff. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, com esta declaração de voto são já 54 os senadores a favor do impeachment da Presidente brasileira, o número mínimo para afastar Dilma do cargo.

A votação será feita às 11h desta quarta-feira de manhã (15h em Portugal), mas parece cada vez mais certo que o Senado afastará Dilma Rousseff do cargo de Presidente.

A destituição será aprovada se houver dois terços dos senadores a favor (54 dos 81). Segundo a Folha de S. Paulo, a oposição a Dilma poderá recolher entre 58 a 61 votos a favor do impeachment.

A sessão final do julgamento, em que os vários senadores estão a falar, deverá decorrer até às 2h30 de Brasília (6h30, hora de Lisboa), disse Ricardo Lewandowski, o presidente do Supremo Tribunal, que conduz os trabalhos.

A sessão desta terça-feira ficou marcada pelas lágrimas da advogada de acusação, Janaína Paschoal, que pediu desculpa pelo "sofrimento" causado a Dilma Rousseff. "Finalizo pedindo desculpas à presidente, não por ter feito o que fiz, porque eu não podia me omitir diante de tudo isso, mas sei que a situação dela não está sendo fácil e que penso que ela ela compreenda que fiz isso pensando nos netos dela", disse a advogada.

Do lado contrário, o advogado de Dilma clamou que uma eventual destituição será “uma pena de morte política”, referindo-se à pena de oito anos de suspensão de cargos políticos que está associada à destituição – Dilma tem 68 anos.

Os media brasileiros dizem que a marcação da votação para quarta-feira de manhã se ficou a dever à pressão de Michel Temer, Presidente interino desde a suspensão de Dilma. Temer, que era vice de Dilma Rousseff, vai participar, domingo e segunda-feira, na cimeira do G20 que se realiza na China, e quer sair do Brasil já depois de tomar posse, na condição de Presidente de facto e não interino.

Na votação, cada um dos 81 senadores responderá à questão formulada por Ricardo Lewandowski. ""Cometeu a acusada, a senhora Presidente da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos na instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados, e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?"

Notícia actualizada às 9h22 de 31/08/16: acresentada hora da votação

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