Onde está Juana? Pelo mundo, dizem

Onda de solidariedade apoia Juana Rivas, que fugiu com os filhos para os poder esconder do pai. O caso ocorreu em Espanha.

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Duzentas mil assinaturas pedem ao Ministério da Justiça de Espanha que combata a decisão que obriga a que as crianças regressem a casa do pai DANIEL ROCHA

O caso de Juana Rivas está a sensibilizar pessoas por todo o mundo. Depois do divórcio, foi obrigada pelo tribunal espanhol a entregar os filhos ao ex-companheiro, condenado por maus-tratos há oito anos. Na quarta-feira, Juana terá fugido com os filhos, de três e 11 anos. O paradeiro deles é ainda desconhecido, noticia o diário madrileno El País.

Francesco Arcuri deveria ter levado os filhos para casa as 16h30 na quarta-feira, até ao local onde a mãe das crianças combinou deixá-los. Mas a ausência prolongou-se mais do que previsto. Os três foram, então, dados como desaparecidos.

Nas redes sociais, rapidamente se começou a falar do caso. E surgiram estratégias para despistar as autoridades que tentam descobrir o paradeiro de Juana e dos filhos, evitando que sejam encontrados. #JuanaEstaEnMiCasa  [Joana está em minha casa] e #YoSoyJuana [Eu sou Joana] são as hashtags criadas para o efeito e que aqueles que se juntaram à onda de solidariedade esperam ser suficiente para distrair a polícia espanhola.

A causa também já tem uma petição. Duzentas mil assinaturas pedem ao Ministério da Justiça de Espanha que combata a decisão que obriga a que as crianças regressem a casa do pai.

Na quarta-feira, a advogada de Juana e Paqui Granados, assessora da mãe das crianças e directora da área de igualdade em Maracena, na província de Granada, comunidade autónoma da Andaluzia, juntaram-se numa reunião com a procuradora da família, a fim de evitar a entrega das crianças ao pai. Porém, sem sucesso.

"Falta de humanidade", comentou a assessora olhando para a atitude da procuradora. "Não havia interesse em fazer nada pelos menores ", argumentou ao El País.

Há 12 anos, a relação entre Juana e Francesco, italiano dava os primeiros passos, em Londres. Dessa relação nasceria, em Maracena, o primeiro filho do casal, agora com 11 anos. Em 2009, Juana denunciou o marido por violência doméstica, queixa da qual resultou uma pena de três meses de prisão para Francesco.

Anos mais tarde, as circunstâncias voltaram a unir o casal. Juana vivia "uma vida de escrava" diz assessora de Rivas aludindo a esses tempos em família. O casal chega a acordo para permitir que as crianças passem férias com a mãe em Espanha, mas desta vez não regressariam para Itália. 

O advogado do pai, Adolfo Alonso, em entrevista ao El País, disse que "a mãe fez coisas que não deveria ter feito, como sequestrar os filhos para trazê-los para Espanha".

Sobre a sentença cumprida pelo pai das crianças por maus-tratos, Alonso considera que "o importante não é algo que ocorreu entre pai e mãe, mas sim o que ocorreu ou não entre pai e filhos", concluiu.

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