Nadezhda Tolokonnikova, das Pussy Riot, a caminho da Sibéria

Marido anunciou no Twitter que a activista vai ser transferida para um campo de trabalho a mais de quatro mil quilómetros de Moscovo.

Foto
Nadezhda Tolokonnikova em Abril deste ano AFP/MAKSIM BLINOV

Nadezhda Tolokonnikova, membro das Pussy Riot, está a caminho de um campo de trabalho "na região de Krasnoïarsk, na Sibéria Oriental, na localidade de Nijni Ingach, a 4400 quilómetros de Moscovo", revelou o seu marido, Pyotr Verzilov, através da sua conta de Twitter, de acordo com a AFP.

A jovem "foi exilada para o fundo da Sibéria. É uma punição pelo impacto da sua carta", em que denunciava as más condições da prisão onde se encontrava, considera Verzilov. A activista, que faz 24 anos na quinta-feira, "vai festejar o seu aniversário numa célula de isolamento numa parte qualquer da região de Krasnoïarsk", lamentou o seu marido.

Há duas semanas que ninguém fora do sistema prisional russo sabia onde estava Nadezhda Tolokonnikova, a cumprir uma pena de dois anos de prisão. Nesta segunda-feira, e pelo terceiro dia seguido, amigos e familiares da activista russa montaram piquete à porta dos Serviços Prisionais de Moscovo, na tentativa de saberem para onde foi transferida Nadezhda.

O marido da activista apelou aos protestos no sábado, depois de os serviços prisionais da Rússia terem emitido um comunicado a afirmar que Nadezhda não desapareceu e que está em trânsito para outra prisão.

Tolokonnikova estava detida na colónia prisional da Mordóvia (a 445 km de Moscovo), onde já fez greve de fome em protesto contra os maus-tratos, e terá sido transferida a 21 de Outubro para outro local. Só que não se sabe qual.

O sistema prisional russo é vasto e aos familiares apenas foi dada a certeza de que lhes será comunicada a localização de Nadezhda no prazo de dez dias após a chegada à nova prisão.

Segundo o Telegraph, os possíveis destinos incluem as prisões de Krasnoyarsk (Sibéria) e de Chelyabinsk (nos Urais). E BBC diz que a activista terá sido vista no dia 24 na estação ferroviária de Chelyabinsk.

Em Agosto de 2012, as três Pussy Riot foram consideradas culpadas da acusação de hooliganismo e incitamento ao ódio religioso, por terem cantado, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, na qual criticavam a Igreja Ortodoxa russa e Vladimir Putin.

Nadezhda Tolokonnikova foi então condenada a dois anos de prisão, juntamente com Maria Aliokhina e Iekaterina Samutsevich, entretanto libertada.

Notícia actualizada às 11h59, com novas informações sobre o paradeiro de Nadezhda Tolokonnikova

Sugerir correcção
Comentar