Obama regressa para chamar os jovens à política e recomenda cuidado com as selfies

Na Universidade de Chicago, o ex-Presidente dos EUA deu o primeiro passo na sua agenda pós-Casa Branca: mobilizar a próxima geração de líderes políticos.

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Barack Obama durante a conferência na Universidade de Chicago, nos EUA Reuters/KAMIL KRZACZYNSKI
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Na primeira aparição pública depois de ter deixado a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama evitou o tema “Trump” e optou por sublinhar a importância do interesse e da participação dos jovens na política, aproveitando ainda para deixar um alerta sobre as partilhas nas redes sociais. O encontro, que decorreu esta segunda-feira na Universidade de Chicago, juntou em palco dirigentes estudantis e jovens universitários para “uma conversa sobre o desenvolvimento comunitário e o envolvimento cívico” dos jovens, de acordo com o programa do evento. É um primeiro acto da agenda pós-presidencial de Obama, com o chefe de Estado a eleger a preparação das próximas gerações de líderes políticos como um dos seus principais projectos para os próximos anos.

Durante a sua intervenção, Obama deixou um alerta sobre os conteúdos que se partilham nas redes durante a juventude, que podem ter consequências reputacionais para o resto da vida. “É verdade que se houvesse fotografias de tudo o que eu fiz durante o ensino secundário, provavelmente não teria sido Presidente dos Estados Unidos”, disse Barack Obama, que já tinha admitido em diversas ocasiões que, na juventude, consumia drogas leves - um hábito que, nos EUA, ainda costuma ter um preço político. “Aconselho-vos que seja um bocadinho mais prudentes em relação às vossas selfies e àquilo que fotografam”, acrescentou.

Perante a plateia estudantil, Obama enumerou a desigualdade económica, as alterações climáticas ou o aumento da violência como temas que o preocupam e que deve ocupar os seus sucessores. “A coisa mais importante que posso fazer é ajudar a preparar a próxima geração de líderes a assumir o testemunho e tentarem a sua sorte em mudar o mundo”, disse o antigo Presidente.

Apesar das sucessivas tentativas do actual Presidente dos EUA de alterar algumas leis implementadas durante a presidência de Obama, o antigo chefe de Estado não fez – durante os 90 minutos da conversa – qualquer menção a Donald Trump. Ainda assim, mencionou o actual momento político ao dizer os jovens norte-americanos são capazes de criar pontes que combatam a divisão ideológica sentida no país.

Obama sublinhou a necessidade de haver uma maior abertura nos debates entre pessoas com diferentes visões políticas, considerando importante que “não se assuma que toda a gente que tem problemas com o sistema de imigração actual é racista”, a título de exemplo.

Desde que deixou a Casa Branca, Obama tem viajado pelas Caraíbas, Califórnia, Ilhas Virgens Britânicas e Polinésia Francesa. O antigo Presidente regressa agora à esfera pública depois das férias que gozou desde a tomada de posse de Donald Trump a 20 de Janeiro.

Depois deste encontro com os estudantes na Universidade de Chicago, Obama tem agendada uma participação numa cerimónia de entrega de prémios em Boston e dará palestras pagas nos Estados Unidos e na Europa. O antigo Presidente dos EUA começou também a trabalhar no seu livro de memórias.

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