O interminável ajuste de contas de Erdogan

A purga posta em marcha pelo Presidente da Turquia mostra-se imparável. E, pelos vistos, interminável. Nas ruas, há dias, milhares festejavam o líder. Mas essa alegria não tem correspondência na vida quotidiana de muitos milhares de turcos. As perseguições, como aliás se adivinhava desde o primeiro dia, não têm só por alvo os presumíveis cúmplices ou peões do golpe, mas todos aqueles que representam algum “perigo” para o poder absoluto de Erdogan. Só isso explica as detenções, aos milhares, de militares, mas também magistrados, juízes, professores, polícias, jornalistas ou ex-jornalistas. Estas detenções visam, no geral, a oposição, comprometida ou não com o golpe, e, ao fazê-lo, só pode estar a contribuir para a consolidação de um regime de poder absoluto. Erdogan ambicionava, há muito, poderes para silenciar os opositores. E o que está em marcha é exactamente isso: um interminável e intolerável ajuste de contas.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários