Nem o cancro impediu Ian de chegar ao topo do Evereste

Será o primeiro doente com cancro a conquistar a montanha mais alta do mundo. E fá-lo para ajudar quem também luta contra a doença.

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Estima-se que, no total, tenham chegado ao topo do Evereste menos de cinco mil pessoas Reuters/NAVESH CHITRAKAR/ARQUIVO

Chegar ao cume do Evereste já é difícil, um feito reservado a um clube exclusivo de aventureiros. Chegar lá ao mesmo tempo que se luta contra uma doença oncológica, é-o ainda mais. Mas o britânico Ian Toothill conseguiu a proeza na passada segunda-feira, e crê-se que será o primeiro doente com cancro a conquistar a mais alta montanha terrestre, com 8.848 metros de altitude. Mais ainda, fê-lo por uma boa causa.

O personal trainer de 47 anos, doente terminal que já tinha explorado os Himalaias anteriormente, quis publicitar uma campanha de angariação de fundos que lançou durante a escalada para recolher 220 mil libras esterlinas (cerca de 250 mil euros) para a fundação Macmillan, que apoia outros doentes oncológicos no Reino Unido. Até agora, reuniu cerca de 6 mil libras, estando ainda longe do objectivo. Na página da campanha, Ian Toothil conta a sua história: “Fui diagnosticado com cancro [do intestino] em Junho de 2015 e deram-me entre quatro meses a dois anos de vida. Contra todas as probabilidades, venci-o. Infelizmente, voltou, e agora vivo com cancro numa luta diária”.

Assim que chegou ao topo da montanha, Ian partilhou uma fotografia do momento no Twitter com a seguinte legenda: “Nada para ver aqui, só um gajo com cancro que chegou ao cimo do Evereste com uma bandeira do Sheffield [United, clube de futebol inglês]”. Curiosamente, Toothill não é sequer adepto deste clube. Na verdade, o United é a equipa rival do seu Sheffield Wednesday, um dos clubes de futebol mais antigos do mundo. Mas o alpinista vencia daquela forma uma aposta que fez com um amigo, que prometeu doar mil libras se ele levasse a bandeira do clube adversário.

Para além de angariar fundos para a fundação Macmillan, Toothil explica que também quis inspirar outros doentes de cancro a fazerem aquilo que sempre quiseram fazer, “mesmo que isso não seja escalar uma montanha”.

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