Novo Presidente do Equador critica Assange mas permite estadia na embaixada em Londres

Lenin Moreno apelidou Julian Assange de "hacker" mas deixa-o manter-se no asilo na embaixada do Equador em Londres, onde vive desde 2012.

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Assange vive desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres EPA/ANDY RAIN

O novo Presidente do Equador, Lenin Moreno, classificou esta segunda-feira Julian Assange como um “hacker”, realizando os comentários mais duros sobre o fundador do site de partilhas Wikileaks, garantindo, no entanto, que este poderá continuar na embaixada equatoriana em Londres.

As declarações de Moreno, que tomou posse no início este mês, contrastam com as do seu antecessor, Rafael Correa, que considerava Assange um “jornalista” concedendo-lhe asilo em Londres em 2012, evitando dessa maneira a extradição para a Suécia, onde era alvo de uma investigação por violação, processo que foi entretanto retirado.

Assange, por seu lado, negou sempre estas acusações, temendo que a Suécia o entregasse aos EUA para que fosse julgado pelas publicações de milhares de documentos militares e diplomáticos confidenciais no Wikileaks, responsável por algumas das maiores fugas de informação da história norte-americana. O receio mantém-se agora em relação à detenção por parte da polícia britânica.

Durante a campanha, Moreno tinha já prometido uma abordagem mais dura em relação a Assange, avisando-o para “não interferir nas políticas” dos aliados do Equador. “Assange é um hacker. Isso é algo que nós rejeitamos, e que eu pessoalmente rejeito”, afirmou o Presidente equatoriano esta segunda-feira, citado pela Reuters.

“Mas eu respeito a situação em que ele está, que apela ao respeito pelos seus direitos humanos, mas nós também pedimos que ele respeite a situação em que está”, disse ainda Moreno.

 A vitória de Moreno nas eleições no passado mês de Abril foi uma boa notícia para Assange, pois um dos candidatos da direita, o antigo banqueiro e ex-candidato presidencial Guillermo Lasso, prometeu expulsar o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, da embaixada equatoriana em Londres, onde reside desde 2012.

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