Nelson Mandela regressou a casa, mas continua em estado “crítico”

Nobel da Paz recebeu alta e deixou o hospital de Pretória neste domingo.

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Mandela estava internado desde 8 de Junho GIANLUIGI GUERCIA/AFP

Ao fim de mais de dois meses de internamento, Nelson Mandela deixou o hospital de Pretória e regressou a casa em Joanesburgo na manhã deste domingo, confirmou a Presidência sul-africana. O antigo Presidente da África do Sul, de 95 anos, foi hospitalizado de urgência a 8 de Junho devido a uma infecção pulmonar grave.

Apesar de ter recebido alta, “o estado de saúde de Madiba [como também é conhecido] permanece crítico e, por vezes, instável”, refere a Presidência numa nota publicada no site, adiantando que a equipa de médicos que acompanha Mandela garante que este continuará a receber o mesmo nível de cuidados em casa, que foi preparada para isso.

Segundo a Presidência, se o estado de saúde merecer maiores cuidados, o primeiro presidente negro da África do Sul voltará ao hospital, onde “recebeu apoio médico completo” que a assistência médica continua agora a prestar em casa.

As informações anteriores sobre o estado de saúde foram conhecidas na véspera, quando vários órgãos de comunicação social davam conta de que Mandela recebera alta. A informação que viria a ser desmentida pela Presidência, mas 24 horas depois foi mesmo isso que aconteceu.

Este foi o internamento mais longo de Nelson Mandela desde que foi libertado, em 1990, depois de 27 anos de prisão sob o regime de apartheid. No dia 18 de Julho, fez 95 anos no hospital rodeado pela família, numa altura em que estava internado com prognóstico muito reservado. Os problemas pulmonares de que padece, e que já justificaram outros internamentos, datam do tempo que passou na prisão.

Zindzi Mandela, a filha mais nova do antigo presidente sul-africano havia dito, semanas antes, que o estado de saúde do pai estava a melhorar dia após dia e que o Nobel da Paz se mostrava cada vez mais alerta. Mais tarde, a Presidência veio anunciar que o estado de saúde de Mandela estabilizara, fazendo prova de “grande resistência”.

Um relatório médico apresentado no início de Julho em tribunal por uma parte da família chegou a considerá-lo em estado vegetativo permanente, mas a informação foi mais tarde desmentida pela Presidência.

Mandela deixou a Presidência no fim do primeiro mandato, em 1999, já depois de ter abandonado a liderança do partido; cinco anos depois, anunciou a sua retirada de todos os actos públicos. Em 2009, ainda cheio de vitalidade, mas fora da política, apareceu num comício do ANC a manifestar o seu veemente apoio ao actual presidente, Jacob Zuma.
 
 
 

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