Museu americano retira obras de imigrantes para destacar a importância deles

Curadores retiraram ou cobriram obras doadas ou criadas por imigrantes. As salas ficaram sem 20% das peças.

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Um museu em Massachusetts, nos EUA, retirou as obras criadas ou doadas por imigrantes para evidenciar o contributo destas pessoas na vida culturar e artística dos Estados Unidos. Os curadores cobriram peças, concebidas ou doadas por imigrantes, com mantas negras e retiraram outras das paredes. Em substituição, foram colocados letreiros nos quais se pode ler: “Criado por um imigrante”. Resultado? As paredes do Davis Museum estão praticamente vazias, descreve a CNN.

A iniciativa do Davis Museum vem na sequência da polémica ordem executiva assinada pelo Presidente Donald Trump, que quis barrar a entrada de imigrantes e refugiados provenientes de sete países de maioria muçulmana. No entanto, a medida está para já bloqueada por decisão judicial.

A simbólica iniciativa do Davis Museum, baptizada Art-Less (menos arte), estende-se até à segunda-feira, 20 de Fevereiro, quando nos EUA se assinala o President’s Day (Dia do Presidente) – um feriado que se celebra na terceira segunda-feira de Fevereiro, e que homenageia o primeiro Presidente americano, George Washington, que nasceu a 22 do mesmo mês de 1732. A data serve também para honrar todos os Presidentes.

No site do museu, os responsáveis explicam que “aproximadamente 20% dos trabalhos” em exposição “foram criados por artistas ou doados por coleccionadores que imigraram para os Estados Unidos”. “Nós removemos e cobrimos estes trabalhos para demonstrar simbolicamente como ficaria o Davis Museum sem as suas contribuições para as nossas colecções”, acrescentam.

Coincidência ou não, e no dia em que se vai celebrar a vida de George Washington, uma das peças que ficou agora de fora das paredes do museu é exactamente o retrato do primeiro Presidente americano. Esta obra não só foi pintada por Adolf Ulrik Wertmüller – um imigrante que chegou aos EUA por volta do ano de 1790 –, como chegou à instituição pelas mãos de uma família também de imigrantes. Por isso, no President’s Day de 2017 vai faltar o retrato do protagonista do feriado nacional.

Já esta sexta-feira, um memorando da administração de Donald Trump, citado pela agência Associated Press, sugeriu a adopção de um plano para destacar cerca de 100 mil oficiais da Guarda Nacional para irem atrás de imigrantes indocumentados, incluindo milhões que vivem perto da fronteira com o México.

Mas, logo a seguir, um porta-voz da Casa Branca desmentiu a notícia, dizendo que "não era necessário" destacar a guarda. "Isso é 100% mentira", afirmou Sean Spicer, acrescentando que não se trata "de um documento da Casa Branca". 

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