O regime do ditador líbio Muammar Khadafi desmorona-se depois de seis meses de guerra civil com rebeldes que lutam por uma nova liderança no país. Ontem, a rebelião, apoiada pela NATO, chegou ao centro simbólico do poder, a Praça Verde, e houve muitos festejos nas ruas. O líder líbio ainda não foi capturado. O PÚBLICO acompanhou durante o dia o desenrolar da revolução.

O ministro britânico para o Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, disse que não vê "qualquer circunstância que justifique o envio de tropas britânicas para o solo da Líbia”.

O médico Ahmed Shalabi, da organização World Medical Camp para a Líbia, disse à BBC que a situação humanitária em Trípoli “poderá tornar-se numa crise humanitária se não for obtida ajuda médica suficiente nos próximos dias". E adiantou: "Não há um número exacto das baixas neste momento mas as pessoas dizem que são pelo menos centenas.”

A chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou em Zagreb, no decorrer de um encontro com a primeira-ministra croata, a importância de evitar outros “banhos de sangue” na Líbia. Merkel disse também que o mundo inteiro deve ajudar o país a estabilizar depois da queda do regime. “Devemos criar rapidamente estruturas políticas que permitam uma transição da actual situação para uma sociedade pacífica, democrática e livre”.

Forças leais a Muammar Khadafi terão ajudado o filho do coronel, Mohammed Khadafi, a fugir da prisão domiciliária em que se encontrava, noticiou a Al Jazira. Segundo a estação do Qatar, apoiantes de Khadafi invadiram a casa onde Mohammed era mantido preso e libertaram-no depois de confrontos com os rebeldes que controlavam a casa. A Al Jazira disse ainda que a NATO está a cooperar com os rebeldes através de ataques aéreos ao complexo Bab al-Aziziya onde Muammar Khadafi poderá estar, em Trípoli.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, recebeu hoje, em Lisboa, uma delegação de empresários líbios e membros da sociedade civil ligados ao Conselho Nacional de Transição (CNT), disse à Lusa um dos participantes no encontro. O empresário Abdulla Boulsien, que participou na reunião com o chefe da diplomacia portuguesa, adiantou que a delegação composta por três elementos viajou para Portugal “com a aprovação do Conselho Nacional de Transição”, o órgão político da rebelião líbia. O encontro com Paulo Portas, adiantou Boulsien, serviu para “analisar a actual situação na Líbia” e “estudar as várias possibilidades de cooperação”.

A correspondente da CNN, Sara Sidner, relata no site da televisão norte-americana que há atiradores a disparar a partir de telhados de edifícios na Praça Verde. “Saímos dali por não saber exactamente quem eram”, disse. Os rebeldes continuam a agitar bandeiras e disparar apara o ar.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e membros do grupo de contacto para a Líbia decidiram que vários diplomatas irão reunir-se esta quinta-feira em Istambul para discutir os próximos passos para o país. Clinton, ao telefone com membros do grupo de contacto, reiterou o seu apoio ao Conselho Nacional de Transição e adiantou que pretende delinear o tipo de ajuda que poderá oferecer aos rebeldes.

A estação de televisão dos rebeldes líbios noticiou que as forças de Khadafi estão a “bombardear indiscriminadamente” várias áreas de Trípoli a partir do complexo de Bab al-Azizya, onde se poderá encontrar o coronel.

A localização de Khadafi mantém-se uma incógnita, mas em Trípoli circulam informações que apontam para que o coronel esteja num hospital em Tajura, a Este da capital, adianta a BBC. Não são os primeiros rumores a referir que Khadafi estará já fora do complexo de Bab al-Aziziya, o seu bastião em Trípoli, mas agora esses relatos foram divulgados pela televisão Al-Arabiya.

A União Africana teve uma reunião de emergência hoje, tendo como tema principal a situação na Líbia. O porta-voz Noureddine Mezni disse que foi “trocada muita informação” mas que se optou por não fazer declarações “porque haverá outra reunião dentro de dois dias”.

O primeiro-ministro tunisino, Beji Caïd Essebsi, enviou uma mensagem de felicitações ao povo líbio durante uma conversa telefónica com o presidente do conselho executivo do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mahmoud Jibril. Essebi congratulou-se com a vitória da vontade do povo líbio em busca da liberdade e da dignidade, adiantou um comunicado da agência TAP citado pela AFP. Jibril disse ter ficado grato com o apoio da Tunísia, que no domingo reconheceu o CNT como representante legítimo do povo líbio.

O senador dos Estados Unidos, John McCain, deixou uma mensagem no twitter a dizer que "há celebração em Trípoli - é tempo de reconciliação e de unidade nacional.”

A Autoridade Palestiniana reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante legítimo da Líbia. “Respeitamos o compromisso do povo líbio na luta pela liberdade”, disse Abou Roudeina, porta-voz do presidente Mahmoud Abbas. E o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, felicitou os rebeldes líbios pela deposição do regime do coronel Khadafi.

O destino de Saif al-Islam Khadafi, um dos filhos do coronel Khadafi que ontem foi detido e que é procurado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), vai ser decidido através de uma votação do Conselho Nacional de Transição líbio, disse à AFP o representante da rebelião em Paris. “O CNT irá decidir se será transferido para o TPI ou se será julgado na Líbia”, adiantou Mansour Sayf al-Nasr. “Haverá uma votação no conselho”.

Vários relatos citados pelo correspondente da BBC na Líbia referem que houve um corte de electricidade no Hotel Rixos em Trípoli, onde se encontram muitos dos correspondentes estrangeiros desde o início dos confrontos. Um morador na capital líbia, "Hani", contou à estação britânica que tem um gerador mas que não há electricidade nem rede de telemóveis.

Há fumo a sair do complexo de Khadafi enquanto as forças do coronel e os rebeldes lutam pelo controlo de Trípoli, segundo o relato do correspondente da BBC, Matthew Price. As ruas que cercam o hotel onde permanecem os jornalistas estrangeiros desde o começo da revolta estão sob o controlo dos apoiantes de Khadafi. As celebrações de ontem à noite não se repetiram durante o dia. Pelo contrário, muitas pessoas permanecem dentro de casa e questionam-se sobre quanto tempo durarão os confrontos, adianta a BBC.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que irá convocar para esta semana uma cimeira sobre a situação na Líbia que juntará dirigentes da União Africana, da Liga Árabe e de outras organizações regionais. “Vivemos num momento repleto de esperança, mas há riscos”, sublinhou. A reunião poderá decorrer quinta ou sexta-feira em Nova Iorque e também deverá contar com representantes da União Europeia e da Conferência Islâmica, adiantou a AFP.

Os Estados Unidos afirmam que não têm quaisquer planos para enviar tropas de manutenção da paz para a Líbia. “Se vai haver algum tipo de missão de transição que envolva tropas estrangeiras, os Estados Unidos não vão fazer parte”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Dave Lapan, citado pela BBC. Continuarão, no entanto, as operações de monitorização como as que estão a acompanhar os confrontos em Trípoli.

As forças de Muammar Khadafi parecem manter apenas pequenas áreas de Trípoli, incluindo a sede do líder. Mas Moammar al-Warfali, cuja casa de família é ao lado do complexo do coronel disse: “Quando subo as escadas e olho do telhado, não vejo nada em Bab al-Aziziya. A NATO demoliu tudo e nada se mantém”.

Um navio partiu do bastião dos rebeldes, Bengasi, em direcção a Trípoli para retirar migrantes da capital líbia, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM). “O barco fretado pela OIM tem capacidade para transportar 300 pessoas e deixou Bengasi nesta manhã depois de ter retirado 124 migrantes de Misurata”, adiantou a OIM em comunicado. O navio Tasuco tem vários médicos a bordo e só deverá deixar Trípoli amanhã.

O Banco Mundial garante que vai “cooperar com a Líbia assim que poder ser útil para a recuperação do país”.

O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros do Quénia, Richard Onyonka, disse que o coronel Khadafi vai deixar saudades em África. “O povo do Quénia vê o coronel Khadafi como alguém que fez coisas muito positivas, especialmente pelo movimento de libertação em África. Ele teve um papel muito importante na luta contra o colonialismo.”

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está a discursar em Nova Iorque e diz que é “agora crucial que o conflito acabe sem mais perdas de vidas e retaliações”. E adiantou: “Peço às forças do coronel Khadafi que acabem imediatamente com a violência e abram caminho para uma transição pacífica”.

O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi anunciou que irá encontrar-se com o representante dos rebeldes líbios Mahmoud Jibril em Itália , daqui a poucos dias. A Itália era um dos principais apoiantes de Khadafi até anunciar o seu apoio aos rebeldes, em Abril.

O procurador do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, está e continuará nos próximos dias em conversações com representantes do CNT para “decidir como será entregue” Saif al-Islam, filho de Khadafi, ontem capturado em Trípoli, àquela instância máxima de justiça, assim como Abdullah al-Senussi, o chefe dos serviços secretos militares. O TPI emitiu mandados de captura daquelas duas figuras máximas do regime e também de Khadafi a 27 de Junho, por crimes contra a humanidade.

O líder do CNT, Mustafá Abdul Jalil, afirma que Sirte, cidade natal de Muammar Khadafi, na zona costeira central do país, está sob cerco das forças rebeldes. Fontes ouvidas pela Al-Jazira confirmaram que a cidade está sem electricidade nem comunicações e que leais a Khadafi estão ali refugiados, incluindo o ministro da Informação do regime, Ali al-Kilani.

Um responsável do Pentágono afirmou à Reuters que os Estados Unidos não acreditam que o coronel Khadafi tenha saído da Líbia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu, disse, citado pela Reuters, que vai viajar nesta terça-feira de Addis Abeba, onde se encontra numa reunião de emergência da União Africana, para o bastião rebelde na líbia oriental, Bengasi. Davutoglu vai representar a Turquia e também o grupo de contacto internacional formado este ano pelos Estados Ocidentais e Árabes para elaborar uma estratégia na Líbia.

Outro dos filhos de Khadafi, o antigo futebolista Al-Saadi que foi capitão da selecção da Líbia e jogou no campeonato italiano, foi capturado, noticiou a estação de televisão Al-Arabiya. A televisão dos rebeldes líbios adiantou entretanto que Masud al-Hafiz, um familiar de Khadafi, foi detido, enquanto um representante do ministério da Defesa tunisino garantiu que um antigo coronel de Khadafi acusado de perpetrar um atentado contra uma embaixada árabe em Tunis rendeu-se na sexta-feira ao Exército tunisino.

Nuri, residente em Trípoli conta à BBC News: “Muitas pessoas estão a ficar em casa e saem apenas para fazer alguns recados urgentes. Não sou um lutador da liberdade mas estou a ajudá-los de todas as maneiras que posso. Recebemo-los com alegria e esperamos que Trípoli seja libertada em breve. Preparamo-nos para mais uma noite intensa de combates nas ruas. Creio que as forças de Khadafi vão começar a fazer guerrilha porque sabem que não têm o apoio do povo”.

Um grupo de cidadãos líbios ocupou a embaixada da Líbia na capital da Bósnia, empunhando a bandeira tricolor dos rebeldes e exigindo a demissão do embaixador - que segundo um antigo empregado, será um forte apoiante do Khadafi. O grupo foi retirado sem incidentes pela polícia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, na presidência rotativa da União Europeia, disse que o seu país está a pensar em formas de ajudar a Líbia na transição para a democracia.

O Governo português defendeu hoje, segundo a agência Lusa, que os últimos desenvolvimentos na Líbia, onde as forças rebeldes já ocupam grande parte de Tripoli, aproximam de forma decisiva o povo líbio do culminar da sua luta em prol da liberdade e da democracia.

Milhares de manifestantes anti-Governo invadiram as ruas em vários locais da Síria depois de o Presidente Bashar al-Assad ter aparecido na televisão neste domingo. Gritam pela demissão do Presidente e entoam: “Khadafi foi-se, agora é a tua vez, Bashar!”

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, apelou às duas partes em conflito para que garantam a segurança dos cidadãos, nomeadamente dos estrangeiros. “É crucial que o direito humanitário prevaleça neste momento e que os estrangeiros – incluindo refugiados e migrantes – sejam protegidos, adiantou em comunicado.

O Níger iniciou operações de vigilância aérea no norte da fronteira com a Líbia para monitorizar a possível entrada de grupos armados que estejam a fugir do conflito no país vizinho, adiantaram fontes militares.

A estação de televisão Al-Arabiya noticiou fortes confrontos entre rebeldes e forces pró-Khadafi junto à fronteira com a Tunísia. E a televisão dos rebeldes líbios, que transmite a partir de Doha, relata que as forças pró-Khadafi estão a retirar de Bishr, a Este de Brega, onde decorrem violentos confrontos, adiantou a BBC.

O filho de Khadafi Saif al-Islam, já detido pelas forças rebeldes, poderá ser julgado na Líbia em vez de entregue ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, sugere o enviado do CNT em Paris. “Tudo é possível, claro. É possível que seja entregue ao TPI e é possível que não”, afirmou Mansour Saif al-Nasr. Saif foi capturado ontem à noite, assim como irmão, Mohammed Khadafi.

O primeiro-ministro britânico David Cameron falou com o líder dos rebeldes, Mustafá Abdul Jalil, adiantou um porta-voz de Downing Street citado pela BBC. “Jalil confirmou que os rebeldes detêm o controlo de grande parte de Trípoli ainda que existam locais de resistência, não só na capital como em todo o país. Cameron adiantou que a missão da NATO para proteger os civis irá continuar até que estes já não sejam ameaçados por Khadafi.”

O Kuwait juntou-se agora à lista de países que reconhecem o Conselho Nacional de Transição como legítimo representante do povo líbio.

Abdel Moneim al-Huweini, representante do Conselho Nacional de Transição líbio na Liga Árabe, diz que na Líbia pós-Khadafi não serão permitidas bases da NATO no território, adianta a agência noticiosa egípcia Mena. “A Líbia é uma nação árabe e islâmica antes da NATO e depois da NATO. Os líbios revoltaram-se em 1970 contra as bases ocidentais e agora não haverá bases que não sejam líbias”, adiantou. Os rebeldes, sublinhou, estão reconhecidos à NATO por ter “minimizado perdas humanas”.

A televisão estatal líbia parou as suas transmissões há poucos minutos e está já sob controlo da rebelião, avançam a Reuters e a BBC News.

O Egipto reconheceu o “governo rebelde líbio” como entidade legítima de representação da vontade popular no país.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, disse estar “totalmente solidário" com o governo rebelde na Líbia, no momento em que decorrem os confrontos em Trípoli. Num comunicado citado pela AFP, Arabi manifestou “total solidariedade com os esforços realizados pelo Conselho Nacional de Transição” e apoiou-o na tarefa de “iniciar uma nova era e preservar a integridade regional da Líbia, bem como a sua soberania e independência”.

A União Africana convocou uma reunião de emergência sobre a Líbia para ainda hoje, na capital etíope de Addis-Abeba. “O nosso principal objectivo é envolver todas as partes na Líbia, encetar o diálogo e encontrar soluções pacíficas para a situação”, explicou à agência noticiosa AFP um porta-voz da organização que, ao longo dos últimos seis meses, tentou por várias vezes negociar uma solução para a crise, mas foi sempre vista como demasiado favorável ao regime de Khadafi.

“O verdadeiro momento da vitória é quando Khadafi for capturado”, sublinha Jalil, que promete viajar para Trípoli assim que a cidade estiver “libertada”. O líder do CNT insiste hoje em referir-se ao movimento contra o regime de Khadafi como feito por “revolucionários”, renegando a palavra “rebeldes”.

Ainda o líder do CNT, agora a responder a perguntas: assevera que será feito um “julgamento justo” a Khadafi e que é “totalmente contra qualquer espécie de execução à margem da lei, independentemente dos actos cometidos contra o povo líbio e o mundo”. Jalil aproveitou também para expressar “preocupação” sobre ataques de vingança perpetrados por alguns rebeldes.

Mais passagens do discurso de Jalil, antigo ministro da Justiça do regime e dos primeiros a abandonar Khadafi após o início dos bombardeamentos contra as manifestações pró-democracia: “Os líbios têm que compreender que o período que se avizinha não vai ser um mar de rosas. Enfrentamos muitos desafios e temos muitas responsabilidades. A começar por sanar as feridas e dar as mãos uns aos outros, numa mostra de lealdade para com o sangue derramado pelos nossos mártires”.

O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi insta Khadafi a terminar com a "resistência inconsequente" e pede aos rebeldes para evitarem represálias.

Discurso de triunfo: o número um do Conselho Nacional de Transição, Mustafá Abdul Jalil, dá já como certa a vitória da rebelião sobre o regime de Khadafi, em conferência de imprensa que decorre em Bengasi. Jalil agradece à comunidade internacional “que apoiou o povo líbio durante esta crise através das resoluções 1970 e 1973 [das Nações Unidas] e das medidas adoptadas para proteger os civis e evitar catástrofes humanas e impedir os massacres que estavam a ser perpetrados”. “Agradecemos em especial àqueles países que nos deram todo o tipo de apoio desde o nascimento desta revolução até ao momento da vitória”.

A Amnistia Internacional instou “todas as partes” envolvidas no conflito na Líbia a “proteger os direitos dos civis e mantê-los a salvo de ataques”. “Estes são dias monumentais mas também extremamente perigosos para o povo da Líbia”, alertou o director da secção de Médio Oriente e Norte de África da Organização, Malcolm Smart.

Fontes da rebelião disseram que a NATO está a planear bombardear os muros do complexo militar de Bab al-Aziziya, onde Khadafi poderá estar abrigado. Os rebeldes estão a tentar evacuar a zona, para evitar vitimas civis.

A Al-Jazira reporta, sem confirmação oficial, que o primeiro-ministro líbio, Baghdadi al-Mahmoudi, está na Tunísia.

O antigo primeiro-ministro e ex-número dois de Khadafi diz que o ditador não tem coragem suficiente para se suicidar. No entanto, Abdessalam Jalloud afirma que Khadafi pode pedir a alguém para lhe dar um tiro.

A bandeira tricolor da rebelião foi içada na Praça Verde, conta o correspondente do

Luke Harding.

A Irmandade Muçulmana na Jordânia acolheu “a queda do tirano” Muammar Khadafi com regozijo. “É uma grande vitória para o povo da Líbia durante o mês do Ramadão. Milhares de mártires pagaram o preço desta vitória, o que a torna especial”.

Email enviado para a BBC por um civil em Bengasi, a capital da líbia libertada, no Leste do país: “Penso que os pró-Khadafi ainda estão a tentar espalhar rumores em Trípoli mas têm de admitir que Trípoli está sob controlo dos rebeldes. O jogo acabou…”

“É óbvio que apesar das celebrações nocturnas [em Trípoli] esta é uma cidade que está longe de estar segura”, diz em directo o enviado da BBC Rupert Wingfield-Hayes, que segue com os rebeldes no interior da cidade.

Piratas informáticos entraram no website de registo de domínio da internet líbia (

), de acordo com a empresa de segurança elctrónica Sophos. Hoje, o site mostra a bandeira da Líbia e as palavras “adeus Khadafi”.

O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, apela ao líder líbio Muammar Khadafi para deixar de resistir e “poupar os líbios” a mais sofrimento.

Imagens da BBC mostram que a batalha ainda está longe de terminar, com uma coluna rebelde a ser atacada no passeio marítimo de Trípoli. O correspondente do canal público britânico retrata uma cidade dividida, com o leste pré-oposição, mas bolsas de apoio ao regime a decidirem lutar na metade ocidental da capital.

As sanções europeias contra a Líbia vão manter-se para já, foi assegurado pela Comissão Europeia. “Mas podemos em qualquer altura levantá-las e de forma muito célere”, sublinhou a chefe da diplomacia da UE, Ctaherine Ashton. Um grupo de 50 organismos e entidades do regime de Khadafi foram submetidos às sanções, a par de mais de 30 pessoas, cujos bens estão congelados e estão proibidas de viajar para a Europa.

A correspondente da Sky News Alex Crawford foi das primeiras repórteres a entrar na Praça Verde com os rebeldes ontem à noite e a testemunhar os primeiros gritos de "Liberdade! Liberdade! Liberdade!" na capital líbia. Os tweets de Crawford desde Trípoli podem ser seguidos através da conta @alexcrawfordsky

O chefe da diplomacia francesa anunciou que Paris propôs a realização de uma reunião do grupo de contacto para a Líbia para a próxima semana. Alain Juppé reiterou a avaliação, já feita por vários outros líderes internacionais, de que o regime de Khadafi chegou ao fim. “E esta é uma grande satisfação para nós. A França assumiu riscos, riscos calculados [na operação militar contra o regime], mas a causa era justa”, afirmou.

“Agora até os

se estão a render”, relata no Twitter o correspondente do

Martin Chulov.

“Khadafi tem que parar de lutar e sem condições”, exige o primeiro-ministro britânico, David Cameron. E quanto ao futuro do coronel, “isso é um assunto para as novas autoridades na Líbia e para o chefe do Conselho Nacional de Transição” – “mas primeiro têm que o encontrar e não sabemos onde ele está”.

Um residente de Trípoli denuncia que combatentes rebeldes “estão a entrar à força nas casas das pessoas e a roubar tudo”. “Isto vai ser um desastre para a Líbia e para a NATO”, lamentou em declarações à BBC News.

O chefe dos rebeldes, Mustafá Abdul Jalil, nega ao canal de televisão Al Arabiya contactos com o Tribunal Penal Internacional para a entrega de Saif al-Islam, filho de Khadafi. No entanto, o TPI diz o contrário.

O canal de televisão Al Arabiya noticia violentos confrontos no complexo militar de Bab Al-Aziziya, onde se crê que se encontra Khadafi. Fontes da rebelião relatam que combatentes pro-Khadafi continuam ali a oferecer “forte resistência” armada.

A correspondente da Reuters Missy Ryan reporta, através do Twitter, que “há ainda guardas do Khadafi, voluntários, atiradores furtivos, à volta do Rixos”. “Nós queremos sair para dar notícias sobre o que se está a passar lá fora mas para já não nos é possível”. Muitos dos jornalistas estrangeiros em Trípoli estão hospedados naquele hotel e teme-se que possam ser usados como escudos humanos por apoiantes de Khadafi na batalha de Trípoli.

Khamis Khadafi, filho de Khadafi e líder da 32.ª Brigada, ruma ao centro da Trípoli com as suas forças, avança o canal de televisão Al Arabiya.

A televisão estatal líbia está a ignorar o que se passa nas ruas de Trípoli, com o avanço dos rebeldes sobre o último reduto de Khadafi. Nem palavra de combates. Em vez disso, transmite um programa sobre doenças cardiovasculares.

Atiradores especiais fiéis a Khadafi rendem-se aos rebeldes na Praça Verde, avança o canal de televisão Al Arabiya.

Os jornalistas estrangeiros alojados no hotel Rixos, bem nas proximidades do complexo militar de Bab Al-Aziziya, onde se crê que se encontra Khadafi, relatam que a maior parte dos responsáveis governamentais e até mesmo os tradutores que com eles têm trabalhado ao longo dos últimos meses abandonaram por completo as instalações daquela unidade hoteleira esta manhã. “Já partiram até mesmo as equipas da televisão estatal que aqui estavam desde que o seu edifício foi bombardeado pela NATO”, conta o correspondente do

Matthew Price.

Colunas com centenas de combatentes rebeldes rumam à Praça Verde, coração da capital, avança a Reuters.

A aviação da NATO continuará a patrulhar o espaço aéreo da Líbia até à rendição de Khadafi, avança a AP

Khadafi já só controla dez a 15 por cento da capital líbia, garante o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini. “O tempo [das negociações] acabou” e o líder líbio deve “render-se para evitar um banho de sangue” na capital, afirmou à Sky Itália. Fratini defendeu também que Khadafi deve ser julgado no Tribunal Penal Internacional.

O Tribunal Penal Internacional está em conversações com o Conselho Nacional de Transição por causa da detenção do filho de Khadafi, Saif al-Islam. Enfrentam ambos acusações de crimes contra a Humanidade.

O Conselho Nacional de Transição, órgão político da rebelião, afirma estar pronto a mudar-se de Bengasi, na Líbia Oriental, para Trípoli. Mustafá Abdul Jalil, antigo ministro do regime de Khadafi e desde há meses líder do CNT, avisou desde já também que se demitirá se os rebeldes levarem a cabo actos de vingança contra os leais ao regime. “Há grupos extremistas islâmicos que querem vingança e criar turbulência na sociedade líbia. E eu não terei qualquer honra em ser líder do Conselho Nacional de Transição com rebeldes que o façam”.

A ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros desmentiu veementemente ter enviado para a Líbia aviões com o propósito de fazer Khadafi sair do país, mas também sublinhou, desde já, que o seu Governo “não reconhecerá neste momento” legitimidade ao Conselho Nacional de Transição caso caia o regime do coronel.

O fim do regime de Khadafi “está próximo”, assevera o porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia. “E temos planos em curso para a era pós-Khadafi, uma série de cenários em que temos estado a trabalhar no que se refere à nossa assistência [à Líbia] depois de Khadafi”, afirmou Michael Mann.