Milícias aliadas dos EUA entram na Cidade Velha de Raqqa

Aviões abriram duas brechas na muralha histórica que circunda a zona, permitindo a entrada dos combatentes das SFD.

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Combatentes curdos avançam em Raqqa no meio dos combates Goran Tomasevic/Reuters

Grupos de combatentes da coligação apoiada pelos Estados Unidos penetraram esta terça-feira na Cidade Velha de Raqqa, principal bastião do Daesh na Síria, depois de bombas largadas por aviões da coligação liderada por Washington terem aberto duas brechas na histórica que circunda a zona.

meses que as Forças Democráticas da Síria (SDF), grupo composto por guerrilheiros curdos e milícias árabes, avançam sobre aquela que era a “capital de facto” do território conquistado pelos jihadistas na Síria no Verão de 2014 e na semana passada, quase um mês depois do anúncio da ofensiva final, os combatentes anunciaram ter completado o cerco à cidade.

A coligação americana assegura que a conquista de Raqqa representará uma “golpe decisivo” sobre o Daesh, tanto simbólico como estratégico, na mesma altura em que os extremistas estão prestes a ser derrotados em Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e o mais importante centro do “califado” proclamado há três anos pelo líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi.

“As forças da coligação apoiaram o avanço das SDF para a zona mais fortificada de Raqqa, abrindo duas brechas na Muralha de Rafiqah que cerca a Cidade Velha”, lê-se num comunicado do Comando Central (Centcom) americano, dois dias depois de os combatentes terem conseguido entrar pela primeira vez pela vertente sul de Raqqa – no mês passado fizeram as primeiras incursões nas entradas este e oeste da cidade, recorda a Al-Jazira.

Os militares norte-americanos adiantam que as forças aliadas estão a encontrar grande resistência dos jihadistas, que teriam minado as aberturas existentes na muralha, usada também como posição defensiva.  

“Os ataques contra duas pequenas porções da muralha permitiu à coligação e às forças aliadas entrar na Cidade Velha pelos locais à sua escolha, negando ao ISIS [uma das siglas pela qual é conhecido o Daesh] a capacidade para usar as minas e os engenhos explosivos improvisados que tinha colocado, protegendo assim as vidas dos combatentes e dos civis, e preservando a integridade da maior porção do muro”, acrescenta o Centcom, dizendo que as suas bombas destruíram secções de 25 metros numa muralha que tem mais de 2500.

Não é claro quantos jihadistas permanecem em Raqqa, a primeira capital de província conquistada pelo Daesh na Síria. A coligação acredita que serão pelo menos 2500, muitos deles estrangeiros, mas suspeita-se que as principais chefias tenham deixado há algum tempo a cidade, fugindo para a vizinha província de Deir Ezzor, na fronteira entre a Síria e o Iraque, que continua maioritariamente sob o controlo do grupo.

O que se sabe é que os avanço militares têm tido pesados custos para os residentes na cidade (de maioria árabe sunita), à semelhança do que acontece em Mossul. As Nações Unidas calculam que pelo menos 173 pessoas tenham sido mortas só em Junho – embora admita que o número real seja muito mais elevado – e mais de cem mil estejam presas pelos combates. “Os civis não devem ser sacrificados em nome de um rápido avanço militar”, apela a organização. 

 

 

 

 

 

 

 

 

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