Renzi recupera liderança do Partido Democrático nas primárias em Itália

Depois de se ter demitido do cargo de primeiro-ministro no final de Dezembro, Matteo Renzi pretende recuperar o eleitorado e fazer frente ao partido M5S.

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Matteo Renzi, a dirigir um discurso aos seus apoiantes depois de vencer as primárias do Partido Democrático LUSA/GIUSEPPE LAMI

Os resultados das eleições primárias para a liderança do Partido Democrático (PD) deram a Matteo Renzi uma vitória expressiva comparada com os restantes candidatos das eleições que aconteceram este domingo, em Itália.

O antigo primeiro-ministro conseguiu 70% dos votos, que foram depositados em cabines de votação improvisadas por todo o país. No total, votaram cerca de dois milhões de italianos nestas eleições primárias, garante o Partido Democrático. Esta representatividade nos votos deixou Renzi muito acima dos 20% conseguidos pelo ministro da Justiça Andrea Orlando e dos 5% do governador da região de Puglia, Michele Emiliano.

“Esta é uma responsabilidade extraordinária. Agradeço do fundo do coração a toda esta comunidade de homens e mulheres que acreditam na Itália”, escreveu Renzi na sua conta do Instagram, depois de já estar garantida a vitória nas primárias. Renzi terminou a declaração, partilhada nas redes sociais, com o mantra da sua campanha — “Avanti, insieme”: Juntos, em frente.

Ainda que Renzi continue a ser o político com o grau de popularidade mais elevado entre os eleitores do Partido Democrático, o partido e a imagem de Renzi enfraqueceram-se, por não terem conseguido tornar realidade o plano de reformas.

De acordo com o instituto de estatística Ixe, o nível de popularidade de Renzi diminuiu em cerca de 50% desde há três anos, altura em que era primeiro-ministro (chegou ao cargo em 2014).

Em Dezembro, Renzi, com 42 anos, demitiu-se do cargo depois de ter perdido um referendo sobre a reforma constitucional para simplificar o processo legislativo. Na altura, foi substituído pelo anterior Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni; mas, logo depois, Renzi começou a preparar o regresso.

Com uma eleição nacional marcada para Maio de 2018, as sondagens mostram que, apesar de estar no poder, o PD está a ficar para trás do partido eurocéptico da oposição, o M5S. No entanto, como a votação em Itália é feita através de um sistema de representação proporcional, nenhum partido deverá conseguir assentos parlamentares suficientes para conseguir governar sozinho. 

 

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