Macron anuncia esclarecimento sobre cargo de primeira-dama nos próximos dias

O gabinete do Presidente respondeu à petição contra a criação de um cargo oficial para a mulher de Macron.

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A acontecer, este será o primeiro gabinete oficial para uma primeira-dama francesa Reuters/Wolfgang Rattay

Depois de uma petição online ter ultrapassado as 200 mil assinaturas (ao início da tarde desta terça-feira já tinha ultrapassado as 280 mil), o gabinete de Emmanuel Macron anunciou que nos próximos dias irá esclarecer a criação de estatuto de primeira-dama, mas avança que o cargo será apenas "público", não político e não será remunerado.

A criação de um estatuto para a mulher do Presidente francês, Brigitte Macron, foi uma das promessas feitas durante a campanha do então candidato. No entanto, a ideia de transparência de Macron não foi bem recebida por muitos franceses. Esta terça-feira, o Palácio do Eliseu fez saber que irá emitir uma “carta de transparência” para esclarecer qual será o papel de Brigitte Macron, adianta o Le Monde.

Em Maio, quando Macron foi eleito, uma sondagem da YouGov estimava que cerca de 68% dos franceses não concordava com a atribuição de um papel oficial à mulher do Presidente francês. No texto da petição, os signatários defendem a criação de uma consulta popular para votar a decisão de criar um estatuto de primeira-dama.

O esclarecimento deverá ser feito através de um comunicado e detalhará, por exemplo, o número de funcionários ao dispor da mulher de Macron – o que nunca tinha sido feito até agora. Christophe Castaner , porta-voz do Governo, adianta que o papel de Brigitte será meramente público e não político. Além disso, sublinha que não serão fundos públicos a cobrir as despesas inerentes e garante que não está prevista nenhuma alteração à Constituição francesa.

Na sua conta do Twitter, o responsável do Governo vinca que Brigitte não será remunerada com fundos públicos e apela a que se pare com a hipocrisia, uma vez que ela tem “um papel” e “responsabilidades”.

Actualmente, Brigitte Macron conta com um director e um chefe de gabinete e ainda um assistente. “Ela receba mais de 200 cartas por dia”, justifica Christophe Castaner, citado pelo jornal francês.

Até agora, o trabalho público e de caridade protagonizado pelas mulheres dos presidentes franceses eram financiados pelo orçamento do Palácio Eliseu: entre 5 a 7 milhões de euros anuais.

A petição recorda que Macron prometeu a moralização da vida pública e o combate à corrupção para melhorar a confiança pública nas instituições - uma lei que irá a votos esta semana. Macron precisa do voto de 289 deputados de um total de 577. 

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