Lula da Silva admite voltar a concorrer à presidência do Brasil

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Lula tem, até ao momento, evitado pronunciar-se sobre o seu futuro político

O Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que abandona o Palácio do Planalto a 1 de Janeiro, não põe de parte a possibilidade de voltar a candidatar-se ao cargo. “Quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer”, disse, numa entrevista de despedida à RedeTV!.

Impedido pela Constituição brasileira de tentar concorrer a um terceiro mandato consecutivo, Lula da Silva assegurou a “continuidade” do seu governo ao escolher para sucessora a sua antiga ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Aproveitando o apoio de Lula, que deixa o cargo com uma impressionante taxa de aprovação de 80 por cento, Dilma venceu as eleições com 56 por cento dos votos.

Lula, que até ao momento tem evitado pronunciar-se sobre o seu futuro politico, não se evadiu à pergunta do entrevistador da RedeTV!, que quis saber se ele estaria disposto a voltar à presidência. “Não posso dizer que não porque sou vivo. Sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação politica extraordinária”, enumerou.

O Presidente até se apercebeu, à medida que respondia, que as suas palavras causariam furor. “Eu fico até com medo, amanhã alguém vai assistir à tua entrevista e dizer que o Lula diz que pode ser candidato”, antecipou.

Imediatamente, tentou minimizar os danos e suavizar a sua posição: “O Brasil tem uma gama de líderes extraordinários. Tem a Dilma, que pode ser reeleita tranquilamente. Tem [os governadores] Eduardo Campos, Jaques Wagner, Sérgio Cabral. Tem a oposição do Aécio Neves e do José Serra [membros do PSDB]. O que não falta é candidatos. É muito difícil dar palpite agora”.

Mas a declaração de Lula, concordam os analistas políticos brasileiros, fragiliza o Governo de Dilma ainda mesmo antes da futura Presidente tomar posse. “Sair da sombra de Lula já era o maior desafio para Dilma, e esta declaração do Presidente só vem piorar a percepção, que existe na população, que ela só está a segurar a cadeira até Lula se poder candidatar outra vez”, comentou à Reuters o consultor politico Alexandre Barros.

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