Libertados activistas que investigavam condições laborais de fornecedor de Ivanka Trump

Os três colaborados da ONG norte-americana investigavam as excessivas cargas horárias e o baixo salário dos funcionários daquela unidade fabril.

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EPA/SHAWN THEW

Os três activistas detidos no decorrer de uma investigação a uma fábrica de sapatos na China foram libertados nesta quarta-feira. O grupo de activistas investigava as condições laborais numa unidade fabril de Huajian, a fábrica que fornece sapatos para a marca detida por Ivanka Trump, filha do actual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O pedido de libertação feito por Washington às autoridades chinesas aconteceu no início deste mês.

O grupo pertence à organização não-governamental China Labor Watch (CLW) e foi libertado sob fiança, estando agora a aguardar julgamento. A organização, sediada em Nova Iorque, apelou às autoridades chinesas para que seja realizado um “julgamento justo”, avança o New York Times.

O director executivo da CLW, Li Qiang, afirmou em comunicado que Ivanka deveria ser capaz de verificar quem são os seus fornecedores. Citado pela Reuters, Li Qiang declarou que a filha do Presidente dos EUA “estabeleceu um mau exemplo”, salientando a decepção da organização por Ivanka não agir prontamente perante a situação.

Os três activistas – Su Heng, Li Zhao e Hua Haigenf – foram detidos no passado mês de Maio, enquanto investigavam as denúncias das excessivas cargas horárias, baixos salários e os abusos verbais de que os trabalhadores daquela unidade eram alvo.

Em Abril, a CLW escreveu uma carta endereçada a Ivanka denunciando os abusos a que os trabalhadores eram sujeitos. Porém, até ao momento, ainda não obtiveram resposta. Na missiva, constavam informações de que os funcionários da fábrica eram forcados a trabalhar 12 horas por dia, durante seis dias por semana, com um salário mensal de 324 euros. 

Segundo o jornal norte-americano, Ivanka pediu durante o seu discurso na cerimónia de Departamento do Estado para que fossem tomadas fortes medidas contra os países onde existam relatos de tráfico humano. No mesmo dia, os Estados Unidos colocaram a China na lista de piores infractores no tráfico humanos e de trabalhos forçados.

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