Levantem-se e protestem contra o "Brexit", pede Tony Blair

Primeiro-ministro entre 1997 e 2007, Blair encara agora como missão a tentativa de inverter o rumo da saída do Reino Unido “da maior união política e do maior mercado económico”

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Ex-primeiro ministro já tinha apelado a uma inversão do rumo do Brexit em entrevista Reuters/NEIL HALL

Pela primeira vez desde o "Brexit", o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair vai apelar aos britânicos que façam pressão para voltar atrás no referendo e insistam em manter-se ligados à União Europeia.

Naquele que será o primeiro discurso público desde o referendo, Blair, primeiro-ministro entre 1997 e 2007, vai falar para o grupo da campanha pró Europa Open Britain, uma força política a favor da permanência, e dizer aos apoiantes do “ficar” que “se levantem por aquilo em que acreditam”. Blair já tinha dito numa entrevista que o "Brexit" poderia ser travado mas nunca tinha instigado a uma acção conjunta. Agora vê a tentativa de inverter o rumo como uma missão e lança uma campanha. 

Segundo o Guardian, Blair vai explicar que os britânicos foram mal informados sobre as verdadeiras implicações do "Brexit". “À medida que estas implicações se clarificam, é um direito mudar de ideias”, dirá. “A nossa missão é persuadi-los a fazê-lo”. A BBC diz que Blair irá afirmar que quer apoio “para encontrar uma forma de sair da actual corrida para o abismo”.

O Guardian afirma que o discurso deverá ser altamente criticado numa altura em que a primeira-ministra, Theresa May, se insurgiu contra quem está a tentar “negar a vontade do povo” e Jeremy Corbyn, o líder do Partido Trabalhista, o mesmo partido de Blair, disse que nada iria fazer para travar o "Brexit". Até ao final de Março, o Governo britânico quer activar o artigo 50.º do tratado europeu, que dá o tiro de partida para as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que terão de estar concluídas no prazo de dois anos.

Blair dirá: “Não defendemos que o Reino Unido fique na Europa porque somos cidadãos de lado nenhum. Defendemo-lo justamente porque temos orgulho em pertencer a um país que acredita que, no século XXI, devemos manter a nossa aliança com a maior união política e maior mercado económico que fica mesmo à nossa porta. Não para diminuir o nosso interesse nacional, mas para o satisfazer”.

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