Leopoldo López pede aos venezuelanos para manterem a luta na rua

O país inicia esta quarta-feira uma nova paralisação de 48 horas, numa derradeira tentativa de impedir a votação para uma assembleia constituinte convocada por Nicolás Maduro.

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Leopoldo López é um dos líderes da oposição Reuters/ANDRES MARTINEZ CASARES

Num vídeo que gravou em casa, onde cumpre pena de prisão domiciliária, Leopoldo López, um dos líderes da oposição venezuelana, pediu à população para se manter na rua até "conquistar a democracia". O apelo é mais uma forma de pressão sobre o Presidente Nicolás Maduro que marcou para domingo a eleição de uma assembleia constituinte que vai reescrever a Lei Fundamental do país.

Maduro diz que quer repôr a ordem constitucional. A oposição diz que quer instaurar uma ditadura e marcou para esta quarta-feira e para quinta uma greve geral de protesto. Na paralisação da semana passada fram mortas duas pessoas - são já mais de cem os mortos dos protestos contra Maduro, que eclodiram em Abril após uma tentativa do Supremo Tribunal para destituir o parlamento, onde desde Dezembro de 2015 a oposição detém a maioria.

Depois disso, as autoridades do país adiaram as eleições regionais e a oposição teme que as presidenciais de 2018 sejam canceladas. Receiam ainda que, no domingo, Maduro esteja a concretizar um golpe ao eleger um novo parlamento e não apenas a escolher delegados com a missão de reescrever a Constituição.

López disse aos apoiantes, através do vídeo, que se está perante "uma clara ameaça" de "aniquilamento" da república e da democracia. E pede aos cidadãos para se manterem na rua em "protestos pacíficos". Foi condenado a 14 anos de prisão e está em prisão domiciliária desde o início de Julho.

"Estamos perante uma ameaça clara por parte de Nicolás Maduro e dos que o acompanham no projecto da constituinte", disse. "A vossa força e convicção não vão deixar [que triunfe]. Temos que usar esta força para conquistar a democracia, a paz e a liberdade para todos os venezuelanos", apelou o líder do partido Vontade Popular no vídeo.

Maduro entretanto endureceu a repressão contra magistrados. Na terça-feira à noite, foram detidos mais dois juízes, Jesús Rojas e Zuleima González - no sábado passado já tinha sido detido Ángel Zerpa, que permanece na sede da polícia política, segundo o jornal espanhol El País.

O Presidente disse que iria prender "um a um" os 33 juízes que o Parlamento escolheu para integrar um Supremo Tribunal paralelo  e que prestaram juramento na Assembleia Nacional. 

 

 

 

 

 

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