Le Pen ataca Fillon através da economia

Questões identitárias podem ficar em segundo plano na campanha da líder do partido de extrema-direita.

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“Nunca nenhum candidato foi tão longe na submissão às exigências ultraliberais da União Europeia”, afirmou Marine Le Pen sobre Fillon DENIS CHARLET/AFP

As primeiras sondagens após a escolha de François Fillon como candidato da direita às presidenciais de 2017 dão-no como vencedor na segunda volta face a Marine Le Pen. A líder da Frente Nacional (FN), foi obrigada a rever o discurso para enfrentar este opositor, recentrando-o mais nas questões sociais e menos no nacionalismo identitário. “Pior programa de degradação social que alguma vez existiu”, afirmou Le Pen, no Twitter.

“Nunca nenhum candidato foi tão longe na submissão às exigências ultraliberais da União Europeia”, afirmou Marine Le Pen, criticando os cortes propostos de 500 mil funcionários públicos, a subida do IVA, a redução das prestações sociais. Para combater o candidato da direita, a FN está a apoiar-se no seu programa económico eurocéptico, anti-globalização e intervencionista – a linha defendida por Florian Philippot, braço-direito da candidata, e aquela que lhe permitiu conquistar eleitores no Norte do país.

Sublinhar que Fillon foi o primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, durante todo o seu mandato (2007-2012) e portanto é cúmplice do “balanço catastrófico” da sua presidência tem sido a mensagem que múltiplos líderes da FN se têm apressado a transmitir, em múltiplas presenças nos media, desde que a escolha dele foi dada como certa.

Menos protagonismo nesta campanha deverá ter a linha protagonizada por Marion Maréchal-Le Pen, concentrada na oposição à imigração muçulman e  extremamente conservadora – a mais parecida com Fillon e que representa os eleitores da FN no Sul de França.

 

 

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