Japão planeia usar fundos estatais para limpar áreas contaminadas em Fukushima

Foto
Agentes da polícia procuram por vítimas na cidade de Minamisoma, poucos dias após o sismo no Japão Yomiuri Shimbun/Reuters

O Governo do Japão planeia usar fundos estatais para financiar actividades de limpeza nas áreas mais contaminadas que foram evacuadas devido ao acidente na central nuclear de Fukushima em Março de 2011.

Trata-se do primeiro plano de descontaminação governamental em "zonas de difícil regresso", em que os altos níveis de radiação impedem que os seus moradores regressem por um longo período de tempo, segundo fontes governamentais citadas pela agência japonesa Kyodo.

A administração japonesa tem previsto realizar trabalhos de limpeza em cerca de 337 quilómetros quadrados destas zonas, nas quais se incluem a localidade de Okuma, onde está situada a central afectada pelo desastre nuclear, e algumas zonas de municípios nas proximidades.

Os trabalhos vão incluir a remoção de edifícios, e a substituição de solos e de pavimentos de estradas.

No âmbito do plano, a proprietária da central, a eléctrica Tokyo Electric Power (TEPCO), apenas terá a cargo os custos da limpeza das instalações e infraestruturas existentes que continuarão em utilização nos núcleos reconstruídos.

O Governo terá ainda planeado apoiar oficialmente o plano este mês, segundo a Kyodo.

A medida estará destinada a acelerar o processo de limpeza, mas poderá suscitar críticas, dado que vai reduzir os encargos financeiros da TEPCO por causa de uma das piores crises nucleares da História.

No âmbito do quadro legal vigente no Japão, os custos de descontaminação são primeiro suportados pelo Estado, que pediu à TEPCO para reembolsar o montante no devido período.

Atendendo a que se estima que o montante seja superior aos 2,5 biliões de ienes (22.000 milhões de euros) inicialmente previstos, a TEPCO solicitou mais apoio financeiro.

O Governo do Japão emitiu ordens de evacuação em 11 localidades próximas da central de Fukishima Daiichi após o acidente nuclear desencadeado pelo potente terramoto e tsunami de Março de 2011, o pior desde o de Chernobil, em 1986. As ordens têm sido levantadas progressivamente à medida que avançam os trabalhos de descontaminação.

Relativamente às "zonas de difícil regresso", a administração nipónica espera levantar as ordens no prazo de cinco anos.

Sugerir correcção
Comentar