Itália suspeita de ataque informático da Rússia a ministro dos Negócios Estrangeiros

Ministério de Paolo Gentiloni, o actual primeiro-ministro, foi alvo de hackers no ano passado, noticia o Guardian.

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Paolo Gentiloni é actualmente o primeiro-ministro italiano Reuters/POOL

A Itália suspeita que, no ano passado, a Rússia esteve na origem de um ataque informático ao ministro dos Negócios Estrangeiros italiano que durou quatro meses até ser detectado, noticia esta sexta-feira o Guardian.

Um fonte oficial do Governo de Itália confirmou ao jornal britânico a ocorrência, acrescentando, no entanto, que a intromissão não chegou ao sistema encriptado utilizado para fazer circular informações e comunicações classificadas. Isto porque, Paolo Gentiloni, actualmente primeiro-ministro mas na altura responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros, evitou utilizar o e-mail enquanto servia como ministro.

A fonte governamental ouvida pelo Guardian diz que os principais afectados pelo ataque informático foram principalmente embaixadas e funcionários que reportavam directamente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas garante que a informação sensível do Governo não foi afectada.  A mesma fonte não confirmou que Moscovo esteve por detrás da situação, mas duas outras fontes com conhecimento na matéria informaram o jornal que as autoridades italianas suspeitam mesmo do Kremlin. O caso foi entregue ao procurador-geral em Roma.

Uma porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiras da Rússia, Maria Zakharova, negou à agência Ansa as acusações, afirmando que não existem “factos que provem” a tese.

As ingerências russas nos processos eleitorais de países estrangeiros têm marcado a ordem noticiosa nos últimos tempos. O caso ganhou particular relevo nos EUA, com as agências de informação norte-americanas a acusarem o Kremlin de ter sido responsável pelos ataques informáticos à campanha de Hillary Clinton, de maneira a ajudar Donald Trump a vencer as eleições presidenciais de Novembro.

Também nos últimos dias, a comunicação social francesa noticiou que os serviços secretos gauleses estão preocupados com a possibilidade de a Rússia interferir nas eleições presidenciais, de modo a assegurar a eleição da candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen. Agora é a vez da Itália, numa altura em que o Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo, desbrava caminho na política italiana, com posições favoráveis à Rússia e contra a União Europeia, ao contrário do anterior primeiro-ministro, Matteo Renzi.

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