Investigação à ingerência russa não é uma “caça às bruxas”, diz nomeado para chefia do FBI

Christopher Wray foi nomeado por Donald Trump para liderar o FBI. Agora, numa comissão no Senado, garantiu que se o Presidente lhe pedir alguma coisa ilegal pede a demissão.

Foto
Christopher Wray Reuters/CARLOS BARRIA

Christopher Wray, o homem escolhido por Donald Trump para liderar o FBI, sucedendo a James Comey, que foi despedido em Maio, rejeitou esta quarta-feira que a investigação às suspeitas da interferências russas nas eleições presidenciais sejam uma “caça às bruxas”, como tem dito o Presidente.

Na sua audiência perante o Senado, Wray disse que não acredita que Robert Mueller, antigo director do FBI e agora procurador especial que lidera a investigação sobre a ingerência de Moscovo, esteja envolvida numa “caça às bruxas”: “Não considero que o director Mueller esteja numa caça às bruxas".

Wray garantiu que se demitiria se o Presidente lhe pedisse para fazer alguma coisa ilegal. "Nunca permitirei que o trabalho do FBI [a polícia federal] seja motivado por alguma coisa que não sejam os factos, a lei e a procura imparcial da justiça", disse. "E quem pensa que como director do FBI vou andar a dar golpes, é porque não me conhece", disse, acrescentando que está "totalmente empenhado em ajudar" o trabalho do procurador especial Mueller.

O nomeado foi inquirido sobre os emails trocados durante a campanha eleitoral do ano passado entre Donald Trump Jr. e um jornalista norte-americano a combinar uma reunião com uma advogada russa com ligações ao Kremlin. No encontro, seriam passadas ao filho mais velho de Trump informações comprometedoras sobre Hillary Clinton.

Num primeiro momento, Wray tentou evitar o assunto e disse que não estava familiarizado com o teor dos emails. Mas a senadora Lindsey Graham leu as mensagens e perguntou-lhe se o filho do Presidente “deveria ter ido a esta reunião”.

"Penso que seria melhor consultar um bom advogado antes de fazer isso", respondeu o homem que Trump quer ver como director do FBI. "Qualquer ameaça ou tentativa para interferir com as nossas eleições, feita por um estado ou uma pessoa, é o tipo de coisa que o FBI quer saber".

 

 

 

 

 

Sugerir correcção
Ler 3 comentários