O Parlamento Europeu está esta terça-feira a debater a aprovação de um presente de aniversário para todos os jovens europeus que completem 18 anos: um bilhete de Interrail pela Europa. A ideia é estimular o “espírito europeu”, conta o alemão Manfred Weber, o autor da proposta que é apresentada pelo grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (centro-direita, onde se incluem os portugueses PSD e CDS).

O passe permite andar de comboio por 30 países da Europa durante um determinado período de tempo (que pode ir de cinco a 30 dias) e o seu preço normal oscila entre 200 e 480 euros.

A medida surge como uma forma de contrariar o espírito antieuropeísta que tem crescido entre os países da União Europeia, introduzindo a “oportunidade de descobrir a diversidade da Europa”. “O populismo e a disseminação de informações erróneas constituem algumas das maiores ameaças que a Europa enfrenta actualmente”, argumenta o documento da proposta apresentada ao Parlamento Europeu.

Os autores da medida sublinham a importância da mobilidade dos jovens “para promover um sentimento de pertença à União Europeia, reforçar a coesão social e assegurar uma economia europeia competitiva”, acrescentando que “essa mobilidade não está, porém, ainda generalizada, apesar do sucesso do programa Erasmus, do programa Erasmus + e de outros programas conexos”.

A proposta lembra os “grandes investimentos na infra-estrutura ferroviária, os quais, em alguns Estados-membros, representam até 30% do investimento total”.

O primeiro passo do programa “Passe Interrail para a Europa aos 18 anos” deverá ser o bilhete de viagem gratuito, mas, “assim que possível”, a União Europeia deverá – idealmente – debruçar-se “sobre as possibilidades de prever financiamento adequado para este efeito”, para que a iniciativa se torne completamente operacional e garanta a inclusão de todos os jovens.

Para os Estados-membros que não fazem parte da rede Interrail (Estónia, Letónia, Lituânia, Chipre e Malta), o programa deverá cobrir os custos de outros meios de transporte utilizados para chegar ao território do Estado-membro da rede mais próximo, nomeadamente o autocarro ou o ferry.

A televisão pública ARD estima que a iniciativa custe cerca de 1500 milhões de euros por ano, assumindo que seis em cada dez dos cerca de 5,4 milhões de jovens com 18 anos de idade que vivem na UE irão aproveitar o programa.