"I give a fuck". Porque os portugueses têm alguma coisa a dizer sobre as eleições americanas

Um grupo de portugueses está com "medo" e decidiu mostrar aos norte-americanos que há quem se importe com o resultado das eleições presidenciais fora de portas. Terça-feira é dia de eleições e de "fucksgiving".

Foto
DR

A expressão é forte e foi assim escolhida de propósito para chamar a atenção. "I give a fuck" (eu importo-me, traduzindo do calão) é a frase repetida por dezenas de pessoas em todo um mundo num vídeo que espera chegar aos norte-americanos, que são quem tem o poder de votar nestas eleições.

"Há um sentimento geral de medo que algo corra muito mal. Acreditamos que este receio não seja uma coisa só nossa, seja uma coisa mundial. É uma decisão [o resultado das eleições na próxima terça-feira] que não nos afecta só a nós. São eles que votam, mas acreditamos que temos algo a dizer", disse ao PÚBLICO um dos promotores da iniciativa, Pedro Batalha, da agência de comunicação e publicidade Kiss.

Para já, a iniciativa começou com um vídeo que no Facebook já conta com mais de um milhão de visualizações e promoveu uma página na Internet que agrega o conteúdo de quem usa a hashtag #fucksgiving. Além dos participantes, várias figuras públicas partilharam o filme, como por exemplo a actriz portuguesa que participa na série americana NCIS, Daniela Ruah.

No texto dito por conhecidos e desconhecidos, portugueses e estrangeiros, ouve-se que os "americanos não estão apenas a escolher o Presidente dos EUA", mas a escolher "o líder mundial", com muito poder nas mãos que pode afectar "milhares de milhões de vidas por todo o mundo".

No vídeo, aparece o editor e ex-secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas; o deputado João Galamba, a actriz Helena Coelho ou os humoristas Fernando Alvim e Salvador Martinha. De acordo com os organizadores, foram falando com amigos e no final tinham recolhido mais de 140 depoimentos. Ao PÚBLICO, o deputado socialista diz que participa porque "é uma causa que importa a todos".

Mas porque se preocupam os portugueses com o resultado?

"Tudo começou a partir do momento em que começámos a perceber que há fortes probabilidades de Trump ganhar. E perante tanto disparate decidimos fazer ouvir a nossa voz e lançar um movimento com o objectivo de passar uma mensagem de fora para dentro dos EUA", explica Pedro Batalha.

As redes sociais, sobretudo o Twitter, já estão a aderir ao movimento. 

Sugerir correcção
Ler 9 comentários