Há um papiro em hebreu que vem ajudar Israel

Sete séculos antes de Cristo, Jerusalém já era designada em hebreu em documentos não religiosos.

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É a história de Jerusalém que "nos vem suadar", afirma arqueólogo Reuters/AMMAR AWAD

No mesmo dia em que Israel ameaçou cortar todos os laços com a Unesco, por causa de mais uma resolução sobre Jerusalém, foi apresentado um papiro do século VII antes de Cristo que constitui a mais antiga menção não religiosa a esta cidade escrita em hebreu. A apresentação foi feita em Jerusalém.

Para o arqueólogo da Autoridade israelita de Antiguidades, Amir Ganor, que estes dois actos se tenham passado no mesmo dia não é mais do que uma coincidência, mas todas as agências noticiosas estão a enfatizar a ligação. Razões? Primeiro o papiro. “Para a arqueologia israelita esta a primeira menção em hebreu da cidade de Jerusalém para além do que aparece no Antigo Testamento”, referiu Amir Ganor, durante a apresentação aos jornalistas do velho documento, que foi descoberto, relatou, não numa escavação arqueológica, mas pouco antes der ser vendido no mercado negro em Hébron, na Cisjordânia.

Terá sido retirado de uma grua do deserto da Judeia, na região do mar Morto, e a sua apreensão, levou à queda de “três redes de traficantes”, explicou Ganor. “Há 2700 anos que existem judeus nesta cidade”, frisou.

E este é o principal atributo do papiro descoberto e que o liga à posição de Israel na Unesco. Por iniciativa de vários países árabes, esta organização das Nações Unidas votou uma resolução condenando Israel pela “escavações arqueológicas ilegais” no Pátio das Mesquitas, ignorando que este sítio sagrado para os muçulmanos se estende também para o Monte do Templo, que é um dos locais mais sagrados para os judeus, relataram à AFP alguns dos intervenientes na reunião.

Esta partilha por várias religiões, três na verdade, é uma das características de Jerusalém. Por causa da resolução aprovada por um comité da Unesco, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já chamou o embaixador do seu país naquela organização. E este já indicou que Israel estava a estudar “a possibilidade de romper todo o contacto com a Unesco”.

Ganor diz que é tudo coincidência, que o papiro já estava para ser apresentado há oito meses, mas que o processo se prolongou para além do previsto. E qual a sua importância? “O seu valor de mercado é muito importante mas o seu valor arqueológico ainda o é mais, uma vez que é a história do povo judeus, deste país, mas sobretudo de Jerusalém, que nos vem saudar através deste papiro”, respondeu.

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