Há refugiados sírios a fazer ilegalmente roupa da Marks & Spencer, Mango e Zara na Turquia

Investigação da BBC Panorama revela que refugiados sírios, incluindo crianças e adolescentes, muitos a ganhar pouco mais de um euro em turnos de 12 horas, trabalham em fábricas, mas grandes marcas dizem desconhecer situação.

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AFP/SHAUN CURRY

Onde é feita a sua roupa? As grandes marcas recorrem a trabalho infantil ou mal pago? Uma investigação da BBC Panorama, que será exibida na noite desta segunda-feira no Reino Unido, revela que sim. Na Turquia há fábricas que recorrem ao trabalho de crianças e adolescentes sírias, refugiadas, que trabalham 12 horas diárias com salários baixos.

Os refugiados, alguns com 15 anos, confeccionam a roupa e passam-na a ferro antes de esta viajar para o Reino Unido. Os jornalistas da BBC tiraram fotografias às etiquetas dessa roupa e as marcas idenficadas são Marks & Spencer, Mango, Zara e ASOS, uma loja online. Também a Reuters, numa investigação feita há um ano, descobriu crianças refugiadas a trabalhar na indústria têxtil turca em condições ilegais. 

Confrontada com a descoberta da BBC, uma porta-voz da marca britânica Marks & Spencer – que há alguns anos fechou as suas lojas em Portugal – mostrou-se surpreendida e considera "inaceitável" essa situação. Também uma porta-voz da ASOS disse que o trabalho infantil é um assunto que levam "muito a sério", mas que não comenta, para já, uma reportagem que ainda não viram. A Marks & Spencer informou que tem trabalhado com os seus fornecedores turcos para assegurar que todos os trabalhadores sírios são legais.

O título da notícia foi corrigido a 25/10. Os menores encontrados na investigação trabalhavam em fábricas que forneciam a marca britânica Marks&Spencer. Os refugiados a trabalhar em fábricas que fornecem para a Mango e Zara eram maiores de idade.

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