Governo iraquiano anuncia tomada do aeroporto de Mossul ao Daesh

Tropas governamentais apoiadas pelos EUA avançam na zona ocidental da cidade. Reconquista começou em Outubro.

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Ataque das forças governamentais junto da base militar Ghozlani Reuters

 

As forças de segurança iraquianas, apoiadas pelos Estados Unidos, apertam o cerco aos jihadistas do Daesh na zona ocidental de Mossul. Ontem, depois de um combate de quatro horas, avançaram sobre o aeroporto internacional da cidade e a base militar de Ghazlani.

A ofensiva foi realizada pelas unidades de contraterrorismo e pelas tropas especiais do Ministério do Interior (as CTS), disse o porta-voz Sahab al-Numan à televisão estatal iraquiana.

“As nossas forças iniciaram uma operação de grande envergadura ao início da manhã para tomar o aeroporto e a base e expulsar os terroristas do Daesh. Podemos confirmar que o aeroporto caiu e que dentro de muito pouco tempo estará sob nosso controlo absoluto”, disse o porta-voz das CTS, citado pela Reuters.

O avanço sobre o aeroporto e a base militar era um dos objectivos estratégicos das forças iraquianas nesta primeira fase da operação militar na zona ocidental da cidade. A reconquista de Mossul foi iniciada em Outubro, com as forças iraquianas a conseguirem controlar a zona a leste do rio Tigre no mês passado.

Mossul, a segunda maior cidade do país, era a praça forte do Daeh no Iraque. A sua perda constituiria mais um revés de peso no movimento jihadista, que perde também território na Síria — o grupo tinha instalado um “Califado” entre o Iraque e a Síria.

As pistas do aeroporto estão totalmente destruídas. Mas a reconquista desta zona da cidade, situada a 30 quilómetros do centro da parte oriental, permite às forças iraquianas controlarem as entradas Sul de Mossul, limitando a acção dos jihadistas.

A operação para libertar Mossul é complexa, envolvendo bombardeamentos aéreos e brigadas de artilharia convencional, mas também guerrilha urbana, atiradores e explosivos — de ambos os lados. Na zona ainda controlada pelo grupo que instaurou nos territórios que controlava uma interpretação extremista da lei islâmica estão entre 750 e 800 mil pessoas, segundo as Nações Unidas.

Até ao momento, e desde o início da operação militar, saíram de Mossul entre 160 e 200 mil pessoas, diz a ONU, sublinhando que grande parte delas estão dependentes de ajuda humanitária — outras 57 mil que saíram quando os combates começaram já regressaram às suas casas. Devido aos confrontos, há escassez de água, de alimentos e de combustível na parte ocidental da cidade.

 

 

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