George W. Bush regressa para ajudar o irmão na campanha

Aproxima-se um momento decisivo, com as primárias do Partido Republicano na Carolina do Sul no próximo sábado.

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Jeb Bush está obrigado a ter um bom resultado nas próximas primárias Chris Keane/Reuters

Há um ano, quando a corrida à Casa Branca pelo Partido Republicano estava ainda longe de se tornar num concurso para ver quem grita mais alto contra refugiados, imigrantes e muçulmanos, Jeb Bush acreditava que a melhor estratégia era deixar a família na assistência, para sossegar os eleitores que o viam mais como um herdeiro do que como um político com méritos próprios. Mas agora, quando a avalancha chamada Donald Trump começa a tapar-lhe todos os caminhos para a presidência, Jeb decidiu pedir ajuda – na segunda-feira, o irmão George vai estar com ele em campanha no estado da Carolina do Sul, pondo fim a sete anos longe da política activa.

A entrada em cena do 43.º Presidente dos EUA na campanha do irmão é uma espécie de última jangada que Jeb Bush pode agarrar para voltar a ser olhado como um favorito, e surge num estado em que o nome da família preserva uma enorme popularidade – com uma presença muito maior de militares do que o Iowa e o New Hampshire, a Carolina do Sul ainda olha para Bush pai como o Presidente que ajudou a pôr termo à Guerra Fria e para Bush filho como o Presidente que manteve os americanos em segurança depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.

"A questão é: essa popularidade pode ser transferida? Acho que não vai transferir-se se ele disser apenas que 'o Jeb é um bom tipo, confiem nele'. Pode ser transferida se George W. Bush vier cá, tirar as luvas, e começar a atacar Trump", disse ao Washington Post Katon Dawson, um antigo presidente do Partido Republicano na Carolina do Sul.

Se for essa a estratégia, não é de crer que Donald Trump fique calado: o magnata do imobiliário já provou que pode dizer tudo o que lhe apetecer sem ser punido nas sondagens.

No dia 22 de Janeiro, quando Barbara Bush deu a cara pelo filho num anúncio televisivo no New Hampshire, Trump foi a correr para o Twitter ridicularizar o adversário: "Acabei de ver o anúncio do Jeb em que ele precisou desesperadamente que a mamã o ajudasse. Jeb – a mãe não te pode ajudar com o ISIS [Estado Islâmico], os chineses ou com Putin."

Em Julho do ano passado, Trump meteu-se com outra das figuras mais respeitadas no Partido Republicano, o senador John McCain, que foi prisioneiro de guerra no Vietname durante cinco anos e meio. "Ele é um herói de guerra porque foi capturado. Eu gosto de pessoas que não são apanhadas, OK?", disse Trump, sem que a sua popularidade tivesse sido afectada nas sondagens.

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