Forças iraquianas entram em bairro controlado pelo Daesh em Mossul
Depois do aeroporto, operação avança agora para zonas urbanas da parte ocidental da cidade, último reduto dos jihadistas.
Um dia depois de terem anunciado a reconquista do aeroporto da segunda maior cidade do Iraque, as forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos começaram o que se espera que venha a ser o último ataque a Mossul.
Segundo a BBC, que tem um jornalista a acompanhar a operação, os militares leais a Bagdad entraram num bairro do ocidente da cidade pela primeira vez desde que foi lançada a operação para a reconquistar aos jihadistas do Daesh, que ali se encontram desde 2014.
O ataque terrestre desta sexta-feira de manhã acontece na zona ocidental da cidade conhecida como a capital do Norte do Iraque – o Leste foi reconquistado em Janeiro e os combatentes do Daesh têm estado a recuar desde essa altura.
“É aqui que a batalha começa realmente”, diz à emissora britânica um coronel envolvido na intervenção. As forças iraquianas avançam agora a partir de uma zona de deserto e quintas em direcção a uma área densamente povoada. O pior será quando alcançarem a cidade velha, onde as ruas muito estreitas tornarão quase impossível a entrada de tanques ou viaturas militares pesadas.
Nas horas anteriores ao assalto terrestre houve fortes ataques aéreos. Os aviões da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos largaram panfletos durante a noite a avisar a população para uma ofensiva iminente.
Na quinta-feira, foram precisas quatro horas de combates para declarar o aeroporto conquistado, ficando o Exército iraquiano a 1,5 quilómetros da cidade. Como habitualmente, houve bombardeamentos das forças internacionais antes do avanço das forças no terreno para o perímetro do aeroporto. A pista foi destruída pelo Daesh mas o seu controlo vai permitir aos soldados garantir a segurança nas estradas que vêm do Sul para a zona ocidental de Mossul.
A ONU está preocupada com a situação dos civis ainda encurralados nas partes de Mossul que se mantêm sob controlo dos radicais. Desde o início da operação militar, a organização estima que tenham abandonado a cidade 160 mil a 200 mil pessoas – a organização não-governamental Save The Children acredita que ainda lá estarão 800 mil pessoas e diz que foram muito poucas as que conseguiram sair nos últimos dias. Por causa dos confrontos, sublinham ainda as Nações Unidas, falta água, alimentos e combustível na zona ocidental da cidade.