Soldado alemão faz-se passar por refugiado sírio para preparar um ataque

Procuradores de Frankfurt afirmam que um tenente terá sido incentivado por um “historial xenófobo”.

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Reuters/FABRIZIO BENSCH/Arquivo

Foi detido esta quinta-feira no Sul da Alemanha um soldado germânico que se fez passar por um refugiado sírio e que estaria a preparar um homicídio.

O tenente de 28 anos, identificado como Franco A., segundo noticia o jornal alemão Die Welt, terá sido motivado por um “historial xenófobo” de acordo com o que afirmaram os procuradores da cidade de Frankfurt. Um estudante, de 22 anos, foi também detido por suspeitas de ser cúmplice do militar.

Franco A. tinha já sido detido na Áustria, depois de ter tentado esconder uma arma numa casa de banho do aeroporto de Viena. Depois de libertado, o soldado registou-se como refugiado sírio na Alemanha, em Dezembro de 2015, apresentando um requerimento de asilo político na Baviera, informaram os procuradores germânicos.

Segundo relata a imprensa alemã, o facto de o suposto refugiado sírio não saber falar árabe levantou algumas suspeitas mas não as suficientes para se tomarem medidas e o processo seguiu o seu caminho, tendo o Estado alemão oferecido, inclusivamente, um subsídio mensal e habitação.

O tenente do exército alemão estava colocado numa base perto de Estrasburgo, mas foi agora detido em Hammelburg, na Baviera. “Estas descobertas, e as indicações de um historial xenófobo do soldado do exército, sugerem que o acusado estava a planear um crime grave, colocando em risco a segurança do Estado com uma arma que anteriormente foi depositada no aeroporto de Viena”, diz um comunicado dos procuradores alemães citado pela AFP.

Já no início deste mês de Abril, a Reuters noticiava que uma agência de informação das forças militares da Alemanha estava a investigar 275 soldados suspeitos de serem extremistas de direita, incluindo um militar que foi escutado a dizer “Heil Hitler”, a saudação nazi evocando Adolf Hitler. A informação foi confirmada por uma carta que o ministro da Defesa alemão enviou ao Parlamento e à qual a Reuters teve acesso.

No documento do ministro especificava-se ainda que cerca de centena e meia de casos em investigação foram denunciados em 2016 e outros 53 já em 2017. De entre os incidentes descritos, e que contribuíram para as denúncias, estão saudações nazis realizadas por militares e comentários racistas dirigidos a outros militares com origens imigrantes. A apologia e glorificação do nazismo são consideradas crime na Alemanha.

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