FBI divulga documentos com 15 anos sobre perdão presidencial de Bill Clinton

Aumenta a controvérsia sobre a actuação da polícia federal dos EUA antes das eleições presidenciais de 8 de Novembro.

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GUIDO ROEOESLI

O FBI divulgou «um conjunto de documentos sobre o perdão presidencial dado pelo então Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ao fugitivo Marc Rich, aumentando a controvérsia sobre a actuação da polícia federal tão perto das eleições.

Os documentos, fortemente rasurados por razões de segurança nacional ou privacidade das partes envolvidas, não parecem oferecer grandes novidades sobre o perdão que Bill Clinton deu a Marc Rich, um milionário que faleceu em 2013 e que tinha fugido dos EUA nos anos 80 para evitar julgamento sobre negócios com o Irão, na altura proibidos.

Segundo os meios de comunicação norte-americanos, a divulgação destes documentos ocorre ao abrigo da lei da liberdade de informação, que obriga as instituições públicas a fornecerem dados e comunicações solicitadas por qualquer pessoa desde que haja interesse público e mediante certas regras.

A divulgação do caso, cuja investigação judicial terminou sem acusações em 2005, responde ao procedimento habitual nestes casos, disse o FBI numa nota citada pela AFP.

"De acordo com o procedimento habitual da lei [da liberdade de informação], estes materiais foram publicados quando ficaram disponíveis e foram disponibilizados automática e electronicamente na sala de leitura do FBI, de acordo com a lei e os procedimentos habituais", lê-se no comunicado.

A polícia sublinha ainda que esta é uma divulgação "preliminar" e que pode, por isso, haver mais materiais disponibilizados em breve".

A mulher de Rich era uma grande doadora dos Clinton, e na altura as autoridades tentaram estabelecer uma ligação entre o perdão presidencial e os contributos financeiros, mas o então Presidente terá negado saber dessas contribuições financeiras.

Apesar de não haver ainda uma reacção oficial da candidatura de Hillary Clinton sobre o tema, o porta-voz da candidata colocou uma mensagem na rede social Twitter dizendo: "Não havendo um prazo ao abrigo da lei [que regula a divulgação de documentos oficiais], isto é estranho; vai o FBI colocar documentos sobre a discriminação das casas de Trump nos anos 70?".

O FBI tem estado sob críticas dos partidários de Clinton, mas também de republicanos, pela decisão de anunciar a abertura de uma nova investigação aos e-mails privados de Hillary Clinton que foram descobertos no portátil de uma sua antiga colaboradora, na semana passada.

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