Ignacio González, ex-presidente do governo da Comunidade de Madrid, foi detido esta quarta-feira como resultado das investigações que estão a ser realizadas pela Guarda Cívil Espanhola a práticas de corrupção e financiamento ilegal de partidos, através de empresas públicas do governo regional.

Para além de Ignacio Gonzalez foram até ao momento detidas mais 11 pessoas, tendo sido realizadas buscas em vários locais.

Em causa, de acordo com as informações recolhidas por vários meios de comunicação social espanhóis junto de fontes da investigação, está a possível utilização da empresa pública de águas Canal de Isabel II para desviar fundos para benefício próprio. O esquema teria sido colocado em prática quando Ignacio González pertencia aos quadros desta empresa, tendo operacionalizado a compra de diversas subsidiárias na América Latina a um preço que os investigadores consideram ter sido artificialmente inflacionado. As compras a preços mais elevados do que os de mercado permitiriam que houvesse depois fundos desviados.

Alguns meios de comunicação social falam igualmente da possibilidade do dinheiro desviado poder ter sido utilizado para financiar de iniciativas de promoção na Internet da imagem de membros do Partido Popular de Madrid, incluindo o ex-presidente da Comunidade de Madrid, Ignacio González.

Ignacio González ocupou a presidência da empresa Canal de Isabel II entre 2003 e 2012, tendo depois, entre 2012 e 2015, presidido à Comunidade de Madrid.

Para além de Ignacio González foram também detidos o seu irmão e Edmundo Rodríguez Sobrino, que seria a pessoa encarregue dos contactos directos com a América Latina e cujo nome recentemente surgiu mencionado como responsável de diversas empresas offshore situadas no Panamá.