Robert Bentley, governador do estado norte-americano do Alabama, apresentou a demissão na segunda-feira depois da divulgação de mensagens íntimas trocadas com uma antiga assessora, e menos de uma semana após uma comissão estadual de ética ter concluído que o republicano poderá ter cometido quatro crimes de financiamento ilício da sua campanha eleitoral. O republicano declarou-se culpado de dois delitos menores relacionados com a investigação.

“Decidi que está na hora de renunciar ao cargo de governador do Alabama”, disse Bentley numa conferência de imprensa na capital, Montgomery, acrescentando que o exercício da função “foi uma chamada de Deus”.

A demissão e a declaração de culpa fazem parte de um acordo de Bentley com a Procuradoria do Alabama, evitando um processo de destituição e consequências legais potencialmente mais gravosas. No entanto, o republicano está impedido de voltar a concorrer a cargos políticos e perdeu o direito à reforma.

Bentley era ainda acusado de ter ordenado indevidamente uma investigação à origem de fugas de informação que acabariam por expor um suposto relacionamento extraconjugal com uma antiga assessora, uma mulher casada, mãe de três filhos. Mensagens trocadas entre Bentley e Rebekah Mason foram partilhadas nas redes sociais, e o casamento de 50 anos do então governador terminou em divórcio.

O republicano não desmente a proximidade em relação à antiga assessora, mas nega qualquer relação sexual. A comissão de ética acusa ainda Bentley de se ter vingado de um funcionário estadual que estaria a par do relacionamento. 

Kay Ivey assumiu entretanto a chefia do governo estadual. Ivey, republicana, torna-se na segunda mulher a governar aquele estado fortemente conservador, um dos mais pobres dos EUA, depois de Lurleen Wallace, que assumiu o cargo entre Janeiro de 1967 e Maio de 1968.

“A minha administração será aberta, transparente e honesta”, afirmou Ivey durante a cerimónia de tomada de posse na igreja baptista de Montgomery.