Governador do Missouri suspende execução devido a novas provas de ADN

Advogados de defesa de Marcellus Williams alegam ter novas provas de ADN que ilibam o seu cliente da acusação de um crime de homicídio.

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Marcellus Williams foi acusado de esfaquear 43 vezes uma mulher durante um assalto em casa desta Reuters/HANDOUT

O governador do estado norte-americano do Missouri, Eric Greitens, ordenou a suspensão por tempo indeterminado de uma execução agendada para esta terça-feira. A decisão surgiu na sequência de um requerimento dos advogados de defesa de um homem acusado de matar uma mulher. A defesa alega que tem novas provas de ADN que provam a inocência do condenado à pena de morte, diz a Reuters.

A decisão do governador foi anunciada quatro horas antes da hora marcada para a execução de Marcellus Williams, de 48 anos. Este foi condenado à morte pelo homicídio da jornalista Felicia Gayle, em Agosto de 1998, durante um assalto em sua casa e por esfaqueamento. Em 2001, Williams foi condenado à morte, considerado culpado de ter esfaqueado Gayle 43 vezes.

Greitens explicou que irá nomear um painel para analisar as novas provas e para decidir se o governador deve ou não comutar a pena de morte.

Mais de 200 mil pessoas haviam assinado uma petição online a pedir que o governador norte-americano interviesse para evitar a execução. Estava marcada uma manifestação para a tarde desta terça-feira, à hora a que Williams deveria receber a injecção letal.

Na manhã desta terça-feira, Kent Gipson, advogado do acusado, afirmou que a “prova de ADN diz que ele é inocente”. O advogado já havia enviado um requerimento ao Supremo Tribunal do Missouri para cancelar a execução, afirmando que estas novas provas, obtidas através de novos métodos, mostram que o ADN na faca utilizada para assassinar Gayle não é de Williams.

Greg Hampikian, especialista forense contratado pela equipa de advogados de defesa, examinou as provas e garantiu que os cabelos encontrados no corpo de Gayle também não pertencem a Williams.

O Supremo estadual aceitou, em 2015, adiar a execução para que fossem analisadas as novas provas mas recusou cancelar a pena, diz a Reuters.

Robert McCulloch, um dos procuradores responsáveis pela acusação, continua convencido da culpabilidade de Williams. “Estou confiante que qualquer corpo e o governador, depois de uma revisão completa de todas as provas e informações, vão chegar à mesma conclusão que o júri nas várias instâncias”, afirmou em comunicado citado pela Reuters.

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