Estado Islâmico incendeia fábrica em Mossul

Fábrica química está localizada perto da base norte-americana que tem apoiado a ofensiva contra a cidade iraquiana.

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A nuvem de fumo causada pelo incêndio na fábrica química Thaier al-Sudani / Reuters

Gases tóxicos tornaram o ar irrespirável numa base militar norte-americana perto de Mossul, a cidade iraquiana que é o grande objectivo da luta contra o Estado Islâmico. Os jihadistas terão incendiado uma fábrica nas imediações da base, em mais uma prova de que tudo farão para manter sob controlo a importante cidade no norte do Iraque.

Os soldados norte-americanos na base de Qayyarah, a sul de Mossul, tiveram de recorrer a máscaras para impedir o contacto com o dióxido de enxofre. Pelo menos dois civis morreram e “muitos outros” foram afectados pelos gases, disse à AFP o comandante iraquiano Qusay Kadhem. O dióxido de enxofre é tóxico quando inalado ou quanto entra em contacto com os olhos ou a pele. Apesar de não ser mortal, causa irritação respiratória, vómitos, dores de estômago e, em contacto com os olhos, pode cegar.

O incêndio na fábrica começou há dois dias e foi atribuído a elementos do Estado Islâmico. A base de Qayyarah tem servido como o principal ponto de apoio logístico para a ofensiva contra Mossul a partir do sul. A par desta operação há outra investida, liderada pelas forças curdas, a partir dos territórios a norte da cidade.

A reconquista de Mossul assume uma grande importância no quadro da luta contra o Estado Islâmico. A cidade de 1,5 milhões de habitantes é a maior zona urbana ainda controlada pelo grupo terrorista, que no Verão de 2014 ocupou uma grande área na Síria e no Iraque.

A operação é complexa e será longa, dizem as autoridades militares norte-americanas. Este sábado, as forças iraquianas entraram na cidade de Qaraqosh, a 30 quilómetros a sul de Mossul. Era a maior cidade cristã do Iraque antes de ser tomada pelo Estado Islâmico – hoje está praticamente vazia, à excepção das minas terrestres deixadas pelos jihadistas.

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