Em três horas, duas muçulmanas reúnem fundos para reconstruir cemitério judaico

Cemitério judaico norte-americano foi atacado na passada semana. As autoras da iniciativa irão estender as verbas a outros centros judaicos atacados no país.

As autoridades contaram cerca de 170 lápides destruídas
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As autoridades contaram cerca de 170 lápides destruídas Reuters/TOM GANNAM
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As autoridades contaram cerca de 170 lápides destruídas Reuters/TOM GANNAM
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As autoridades contaram cerca de 170 lápides destruídas Reuters/TOM GANNAM

Duas muçulmanas norte-americanas juntaram esforços numa campanha de angariação de fundos para reconstruir um cemitério judaico vandalizado em St. Louis, Missouri. No ataque que atingiu o histórico cemitério foram danificadas cerca de 200 lápides de sepulturas de judeus, detalhou Anita Feigenbaum, responsável pelo cemitério, em declarações à CNN. O incidente terá acontecido no último fim-de-semana e foi comunicado pelas autoridades esta segunda-feira. Em resposta ao ataque, Linda Sarsour e Tarek El-Messidi lançaram esta terça-feira uma acção de crowdfunding com o objectivo de angariar 20 mil dólares (cerca de 19 mil euros) até meados de Março. Não precisaram de tanto: em três horas reuniram a quantia que pediam.

Pelas 10h desta quarta-feira, o valor continuava a subir e já tinha ultrapassado os 55 mil dólares (52 mil euros). Surpreendidas com a velocidade com que o objectivo foi atingido, as autoras da iniciativa esclarecem na página da plataforma de recolha de fundos que continuarão a receber doações, nos próximos 26 dias. “Todo o dinheiro extra que recolhermos nesta campanha será destinada a outros centros judaicos atacados no país", sublinham.

De acordo com os números Associação do Centro Comunitário Judaico norte-americana citados pela CNN,  54 centros comunitários judaicos por todo o país receberam 69 ameaças desde Janeiro, incluindo três ameaças de bomba.

O gesto das duas muçulmanas chega também depois de o antigo senador republicano Rick Santorum ter dito esta terça-feira que os responsáveis por estes ataques eram membros da comunidade muçulmana.

“Se olharem para os factos, as pessoas responsáveis por muitos destes actos anti-semitas que estamos a ver, e odeio dizê-lo, muitos deles chegam de apoiantes da Palestina e comunidades muçulmanas”, dizia o senador, em declarações à CNN, sem sustentar as afirmações com detalhes ou exemplos.

A polícia está a investigar o caso, mas ainda não tem pistas que indiquem a identidades dos autores do ataque. As autoridades não especificam se estão a tratar o incidente como um acto de vandalismo ou crime de ódio, disse o canal local KTVI-TV.

Também o Conselho de Relações Islâmico-Americanas, uma organização muçulmana, quer combater os ataques que têm sido dirigidos à comunidade judaica e está a oferecer uma recompensa de 5000 dólares a quem fornecer informações que identifiquem os autores das (falsas) ameaças de bomba que têm sido registadas, acrescenta a CNN.

Esta terça-feira o Presidente dos EUA apelou ao fim da vaga de ataques e ameaças contra a comunidade judaica e ao combate aos movimentos extremistas e anti-semitas.

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