Aumenta para 41 o número de mortos no atentado contra aeroporto de Istambul

Ataque de três bombistas-suicidas, que incluiu o uso de armas, provocou 239 feridos, dezenas deles ainda no hospital. Primeiro-ministro turco aponta o dedo ao Estado Islâmico.

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Ambulâncias chegam ao aeroporto internacional de Istambul REUTERS/Osman Orsal
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REUTERS/Ismail Coskun/IHLAS News Agency
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Imagem de arma usada pelos terroristas 140journo/via Reuters
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A destruição causada pelas bombas 140journo/via Reuters
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O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim REUTERS/Murad Sezer

Morreram 41 pessoas num triplo atentado suicida na noite de terça-feira no aeroporto internacional Ataturk, em Istambul, o terceiro mais movimentado da Europa. Uma nota oficial do governo de Istambul, publicado na manhã desta quarta-feira, reviu o número de vítimas causado pelas três explosões suicidas, que aconteceram cerca das 22h locais (menos duas horas em Portugal continental). 

O município de Istambul conta 239 feridos, dos quais 130 estão ainda hospitalizados, embora se deconheça ainda com que gravidade. A maioria das vítimas são cidadãos turcos, mas entre os mortos estão também cinco cidadãos sauditas e dois iraquianos, para além de um chinês, um jordano, um tunisino, um nacional da Ucrânia, outro do Irão e, encerrando as 13 vítimas estrangeiras, um cidadão do Uzebequistão.

Até ao final da manhã desta quarta-feira, o atentado não fora ainda reivindicado. A agência de notícias turca Dogan citou fontes anónimas da polícia considerando que o autoproclamado Estado Islâmico está por detrás do ataque, mas à Reuters oficiais turcos disseram que ainda era muito cedo para confirmar essa informação. Já ao final da noite, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que os "indícios apontam para o Daesh [acrónimo em árabe do Estado Islâmico]".

"Assemelha-se aos métodos [dos jihadistas]”, disse à CNN-Turk Tbdullah Agar, perito em assuntos de segurança e de terrorismo.

O ataque terrorista levou à evacuação do aeroporto e à suspensão dos voos previstos até às 3h locais - em 2015, o aeroporto internacional de Istambul tornou-se o terceiro mais movimentado da Europa, apenas atrás de Heathrow e Charles de Gaulle, segundo nota a BBC. Na manhã desta quarta, o aeroporto já reabrira para alguns voos. 

Segundo as primeiras informações disponíveis, dois-bombistas bombas fizeram-se explodir junto à entrada do aeroporto, antes de ultrapassar os pórticos de raio-X que estão instalados junto às portas que dão acesso ao interior do terminal. Mais tarde, o governador de Istambul acrescentou que terá havido uma terceira explosão, protagonizada por um terceiro bombista.

Uma testemunha disse ainda à Reuters que um dos atacantes disparou aleatoriamente no edifício do terminal antes de se fazer explodir, algo também confirmado pelo ministro da Justiça turco à CNN Turk.

A televisão turca difundiu imagens impressionantes em que se vê um polícia a atingir um dos atacantes e este, já ferido no chão, a fazer-se explodir.

Fotos e vídeos publicadas nas redes sociais mostram uma enorme bola de fogo à entrada do terminal. “Houve uma enorme explosão, extremamente alta. O tecto veio abaixo. Dentro do aeroporto foi terrível. Ficou irreconhecível. Os estragos são grandes”, contou à Reuters Ali Tekin, que estava na zona das chegadas quando o ataque aconteceu.

Uma mulher chamada Duygu, que estava no controlo de passaportes pouco depois de ter chegado da Alemanha, diz que se atirou para o chão quando ouviu a explosão. Várias testemunhas coincidem no facto de terem ouvido tiros imediatamente antes das explosões. 

Gerado o caos no aeroporto, os táxis de serviço no aeroporto ajudaram a transportar feridos para os hospitais.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou à comunidade internacional para se concentrar numa “luta comum” contra o terrorismo: “Este ataque, que acontece durante o mês do Ramadão, mostra que o terrorismo ataca sem olhar a fé ou valores”, diz um comunicado emitido pelo chefe de Estado turco.

O atentado foi, naturalmente, condenado por vários líderes mundiais. O Presidente francês, François Hollande, considerou-o um “acto abominável”, termo igualmente usado por um porta-voz da Casa Branca que prometeu total apoio de Washington a Ancara.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, também condenou “o ataque terrorista” e pediu cooperação internacional para combater este tipo de ataques.

A cidade de Istambul já foi palco de vários ataques à bomba, este ano, entre os quais dois ataques terroristas em bairros turísticos que as autoridades atribuíram ao Estado Islâmico.

Também a capital do país, Ancara, foi alvo de atentados, o último dos quais matou 11 pessoas e feriu mais de 30 no centro da cidade, na zona que alberga edifícios governamentais e uma universidade - e foi reivindicado por um grupo militante de separatistas curdos.

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