Do Cazaquistão saiu um acordo trilateral para proteger frágil cessar-fogo na Síria

Rússia, Turquia e Irão vão reunir esforços para garantir que o período de cessar-fogo na Síria é respeitado.

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Em Astana reuniram-se, pela primeira vez, representantes do regime de Assad e das forças da oposição Reuters/MUKHTAR KHOLDORBEKOV

Depois de dois dias de conversações de paz realizadas na capital do Cazaquistão, Astana, o Irão, Rússia e Turquia anunciaram que se vão juntar para garantir o cumprimento do período de cessação de hostilidades na Síria.

Os três países organizadores das conversações, que juntaram pela primeira vez representantes do regime de Bashar al-Assad e das forças da oposição, vão criar um corpo conjunto de monitorização do cessar-fogo que se tem mantido ao longo deste mês de Janeiro, refere o Guardian. Em concreto, o acordo estipula que os países vão tentar minimizar as possíveis violações do acordo de cessar-fogo e utilizar a sua influência para fazer com que os responsáveis por essas violações recuem. Apesar de estar previsto para Fevereiro o início dos trabalhos, existem ainda outros detalhes sobre esta nova organização que ainda esperam por acordo.

Segundo o jornal britânico, nem o Governo sírio nem as forças da oposição que o combatem assinaram o acordo final, esperando-se propostas alternativas da parte dos grupo armados opositores a Bashar al-Assad. Apesar disso, este mecanismo trilateral é composto por Rússia e Irão, que apoiam Damasco, e a Turquia, apoiante dos grupos armados.

Em Astana estiveram reunidos os principais membros das duas delegações. Do lado do regime, em vez do ministro da Informação, como nas tentativas de negociação promovidas pelas Nações Unidas em Genebra, a liderar o grupo está o embaixador na ONU, Bashar Jaafari. Pelos rebeldes, estavam previstos oito enviados mas afinal há 14 (para além de 21 conselheiros, papel a que foi relegada a oposição política), incluindo Mohammad Alloush, chefe do comité político do grupo Jaish al-Islam (homem que nas rondas de Genebra falava em nome do Alto Comité de Negociações da oposição, grupo que não foi convidado), e membros do Exército Livre da Síria, primeiro movimento armado a surgir em 2011, formado por desertores e civis. As Nações Unidas fizeram-se representar pelo enviado para a Síria, Staffan de Mistura.

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