Direita com vitória histórica nas municipais italianas

Partido Democrata perdeu o controlo de 11 capitais provinciais para a coligação que junta a Liga Norte e o Força Itália.

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Coligação entre a Liga Norte e o Força Itália de Berlusconi foi a grande vencedora das eleições municipais Reuters/REMO CASILLI

A direita foi a grande vencedora na segunda volta das eleições municipais italianas deste domingo, deixando o Partido Democrata, no poder, sob grande pressão, quando faltam poucos meses para as legislativas.

Entre as 24 capitais de província que foram a votos, 17 eram governadas pelo PD, que conseguiu manter apenas seis, de acordo com os resultados finais revelados nesta segunda-feira. O resultado mais surpreendente foi a vitória da direita em Génova, cidade que era um bastião da esquerda desde o fim da II Guerra Mundial. A perda da cidade portuária junta-se a outras derrotas a nível local do PD nos últimos anos, como Turim e Roma.

A coligação entre a Liga Norte e o Força Itália, fundado pelo ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, conseguiu vencer em 11 capitais provinciais. Para esse sucesso contribuiu o apagamento eleitoral completo do Movimento 5 Estrelas na primeira volta, que ficou de fora dos confrontos eleitorais de domingo.

O recém-reeleito líder do PD, Matteo Renzi – que também deverá ser o candidato a primeiro-ministro nas legislativas –, lamentou os resultados “que poderiam ter sido melhores”. “Algumas derrotas custam, a começar em Génova e L’Aquila”, disse Renzi, referindo-se à cidade que foi abalada por um violento sismo em 2009 e que também é um terreno tradicionalmente favorável à esquerda.

O sucesso para a coligação de direita mostra que o acordo alcançado entre Berlusconi e Matteo Salvini está a dar bons resultados e deverá ser replicado para as eleições gerais. Porém, as duas formações têm ainda de chegar a um compromisso que, de acordo com a imprensa italiana, não será fácil sobre quem será o candidato a chefe do Governo.

Encorajado pelas vitórias, Salvini pediu mesmo a demissão do primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, que assumiu a chefia do Governo após a saída de Renzi, em Dezembro. “Os italianos querem uma mudança”, defendeu o líder do partido anti-imigração.

A segunda volta das municipais fica também marcada por uma forte abstenção, com a participação de apenas 46% do eleitorado – um dado que dificulta qualquer extrapolação dos resultados para o nível nacional.

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