Diplomata português e outros representantes da UE visitaram Luaty Beirão

Visita no quadro da União Europeia juntou diplomatas de Portugal, Reino Unido, Suécia e Espanha e o representante da UE em Luanda. “Ele estava lúcido” e está “bem acompanhado em termos médicos”.

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Luaty Bairão exige que ele e os outros activistas aguardem julgamento em liberdade Diogo Baptista

Um diplomata da embaixada de Portugal em Angola visitou este sábado de manhã Luaty Beirão no quadro de uma visita da União Europeia (UE), em que também participaram diplomatas das embaixadas do Reino Unido, Espanha e Suécia e o representante da delegação da UE na capital angolana.

O activista luso-angolano, em greve de fome há 27 dias, encontra-se desde quinta-feira na clínica Girassol, em Luanda, para onde foi transferido “por precaução”, de acordo com os serviços prisionais.

O pedido formal dos embaixadores dos Estados-membros da UE para a visita tinha sido feito na quarta-feira, numa reunião mantida com o ministro da Justiça angolano. Durante a visita, puderam transmitir ao Luaty Beirão que “a UE está a desenvolver os contactos necessários junto das autoridades angolanas”, acrescentou a mesma fonte sem adiantar mais informações.

Portugal mantém a vontade e fez o pedido formal para realizar uma visita bilateral ao activista e espera poder fazê-lo, independentemente de outras iniciativas no quadro da UE, “nos próximos dias”. 

“O Luaty Beirão estava lúcido, a falar normalmente e, daquilo que os diplomatas puderam ver, bem acompanhado em termos médicos”, disse ao PÚBLICO fonte do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros português sobre a visita deste sábado.

O activista está a soro intravenoso. E o seu estado terá melhorado desde que foi transferido há dez dias da prisão de Calomboca, no Bengo, para o hospital-prisão de São Paulo em Luanda, quando o seu organismo dificilmente retinha a água e o soro, que os familiares lhe passaram a levar, em vez de alimentos, quando entrou em greve de fome, no dia 21 de Setembro.

Ultrapassados que foram os três meses de prisão preventiva, previstos para os crimes de actos preparatórios de rebelião e atentado contra o Presidente, de que foram acusados os 15 activistas, presos a 20 de Junho, Luaty Beirão exige, com esta forma radical de protesto, que todos aguardem o julgamento fora da cadeia.  

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