Depois do PT, uma frente de esquerda?

Afastado do poder, no PT rivalizam agora uma ideia de futuro e uma tentativa de retrocesso.

Consumado o afastamento de Dilma e empossado oficialmente Temer na Presidência do Brasil, abrem-se na política brasileira dois processos paralelos. O primeiro é o do governo e do próprio Temer que, negando tencionar candidatar-se em 2018, diz que o seu único interesse é “recolocar o país nos trilhos” e entregar ao seu sucessor “um país pacificado, reconciliado e em ritmo de crescimento económico.” É a imagem, mais conveniente, de um “missionário” e “salvador”, não alguém que ambicionava o poder presidencial e nele se instalou (daí a negação de uma futura candidatura ao Planalto). O segundo processo é o do PT, afastado do poder. Há uma ala esquerda que batalha por mudanças e há Lula, que procura formar uma frente de esquerda para reconquistar o que perdeu. Ou seja: há uma ideia de futuro e uma tentativa de retrocesso. Se o PT quiser recuperar a “honra” perdida, optará pela primeira. A segunda só lhe trará mais dissabores.

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