Pentágono: Pyongyang pode ter míssil nuclear capaz de atingir os EUA já em 2018

Coreia de Norte poderá realizar um novo ensaio militar nos próximos dias. Washington teme que o regime consiga atacar os EUA já no próximo ano.

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Reuters/KCNA

A possibilidade de a Coreia do Norte conseguir atingir território norte-americano com uma arma nuclear está a tornar-se mais próxima, e mais rapidamente do que era anteriormente esperado. O cenário apontado agora como provável pelo Pentágono é o de que Pyongyang esteja em condições técnicas de lançar mísseis balísticos intercontinentais capazes de transportar ogivas nucleares já em 2018 - um prazo dois anos mais próximo do que chegou a ser apontado.

O veredicto do Departamento de Defesa dos EUA foi avançado terça-feira pelo Washington Post. De acordo com este jornal, os Serviços de Informação de Defesa do Pentágono concluem que, apesar de o regime de Pyongyang ainda não ter demonstrado que domina o processo de miniaturização de ogivas nucleares (um passo essencial à construção de um verdadeiro míssil nuclear intercontinental), o regime poderá estar em condições de o conseguir em breve. 

Para ultrapassar os últimos obstáculos técnicos que ainda enfrenta em todo o processo (como a incerteza sobre a capacidade de um míssil balístico resistir à reentrada na atmosfera sem danificar a ogiva miniaturizada transportada no seu interior), a Coreia do Norte poderá levar a cabo novos ensaios militares. De acordo com o diário, uma das datas possíveis é já esta quinta-feira, 27 de Julho, dia que se assinala o fim da Guerra da Coreia, havendo mesmo indícios de que as forças militares norte-coreanas estarão a ultimar um teste.

As conclusões do Pentágono vão ao encontro dos receios dos sul-coreanos que, embora recusando atribuir sucesso ao mais recente teste da Coreia do Norte, já tinham alertado para a possibilidade de aquele regime estar a apurar e a dominar cada vez mais as tecnologias de produção de armamento nuclear e de mísseis balísticos capazes de atingir alvos a muitos milhares de quilómetros. 

No início de Julho, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, divulgou um comunicado sobre o teste que tinha então sido realizado pela Coreia do Norte, confirmando que o projéctil lançado era mesmo um míssil balístico intercontinental. Tal já significava que Pyongyang tinha conseguido lançar pela primeira vez um míssil deste tipo, o que também colocava o território dos EUA sob a mira dos norte-coreanos e elevava a tensão na Península Coreana, bem como a preocupação em relação ao regime de Kim Jong-un.

Esse último ensaio terá contribuído de forma determinante para esta nova avaliação do Pentágono. O teste, recorda o Washington Post, "demonstrou avanços técnicos surpreendentes (...) a um ritmo superior ao que muitos analistas julgavam ser possível para um regime comunista isolado".

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