Coreia do Norte só usará armas nucleares em caso de ameaças à sua soberania

Durante o congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un traçou as suas linhas vermelhas.

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Kim Jong-un, o actual líder da Coreia do Norte Jason Lee/Reuters

O líder da Coreia do Norte garantiu, neste domingo, que irá limitar a utilização de armas nucleares a situações de ameaças à soberania do país. A informação está a ser avançada pela BBC, que cita a agência de notícias ligada ao governo de Kim Jong-un, e por agências de notícias internacionais, que falam também da apresentação de um novo plano quinquenal para dinamizar a economia.

Durante o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que está a decorrer desde sexta-feira em Pyongyang, capital da Coreia, Kim Jong-un disse aos delegados que pretende normalizar as relações com os países anteriormente considerados hostis.

"A nossa República não vai usar armas nucleares a menos que sua soberania seja posta em causa por forças hostis agressivas com recurso a armas nucleares”, anunciou o líder citado pela agência de notícias KCNA.

Kim acrescentou ainda que o seu governo vai “melhorar e normalizar” as relações com os países que respeitem a soberania e que, apesar de terem sido hostis no passado, sejam agora amistosos para com a Coreia do Norte. Kim Jong-un disse, nomeadamente, que é necessário reforçar as conversações com a Coreia do Sul para construir um ambiente de confiança e compreensão.

Acrescentou ainda que o país irá "fielmente cumprir a sua obrigação de não-proliferação e de lutar pela desnuclearização global".

Contudo, a BBC cita um correspondente no terreno que afirma que o líder da Coreia do Norte está a enviar mensagens contraditórias aos líderes mundiais e que os movimentos observados nas instalações nucleares do país indiciam a preparação de novos testes.

A Coreia do Norte fez o seu primeiro teste com armas nucleares em 2006, após de ter rasgado um tratado internacional. Depois disso, fez repetidas ameaças de uso de armas nucleares contra a Coreia do Sul e os EUA.

Líder apresenta estratégia de crescimento

De acordo com Rodong Sinmun (citado pelas agências de notícias internacionais), o jornal oficial do comité central do Partido dos Trabalhadores, o líder norte-coreano apresentou uma estratégia a cinco anos para estimular o crescimento económico do país, numa altura em que a Coreia do Norte enfrenta duras sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Acima de tudo é necessário cumprir esta estratégia de cinco anos de desenvolvimento económico do Estado entre 2016 e 2020 (...), e neste período resolver o problema energético", assegurou Kim Jong-un durante a apresentação de um relatóri, assegurando que "é necessário melhorar a vida dos cidadãos, aumentando a produção na agricultura e na indústria ligeira".

"A meta da estratégia é preparar uma base que permita desenvolver de maneira sustentável a economia do país ao promover a economia nacional e assegurar o equilíbrio entre os diferentes scetores da energia", disse o líder perante os quase 3500 delegados que assistem aos três dias de congresso

Entre as medidas expostas, Kim Jong-un indicou que é "desejável aumentar a geração de energia nuclear enquanto se constroem mais centrais hidroelétricas e se amplia o uso de energias renováveis".

Este é o sétimo congresso do partido único da Coreia do Norte e o primeiro desde 1980 e confirmará Kim como líder.

 

 

 

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