Comissário britânico demite-se da equipa de Juncker

Jonathan Hill reconhece que "o que está feito não pode ser desfeito" e diz que não tem condições para continuar em Bruxelas depois do voto pelo "Brexit".

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Hill supervisionava o sector financeiro da comunidade europeia EMMANUEL DUNAND/AFP

Jonathan Hill, o comissário europeu apontado pelo Reino Unido para supervisionar o sector financeiro da União Europeia, anunciou na manhã deste sábado que se iria demitir à luz do voto britânico para abandonar a comunidade europeia.

“O que está feito não pode ser desfeito e agora temos de tentar avançar com o processo de tentar que uma nova relação com a Europa funcione o melhor possível”, anunciou Jonathan Hill, desagradado com o resultado do referendo desta quinta-feira.

“Estou evidentemente muito desiludido com o resultado do referendo”, lê-se na nota da sua demissão, publicada no portal da Comissão Europeia. “À medida que avançamos para uma nova fase, não acredito que deva continuar como o comissário britânico, como se nada se tivesse passado.”

Hill acrescenta também que o cenário da sua demissão em caso de “Brexit” já fora discutido com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e que, seguindo essas direcções, Hill continuará no seu posto até que possa haver uma sucessão “com ordem”.

Aliado próximo de David Cameron, também demissionário do seu cargo de primeiro-ministro, Jonathan Hill fez campanha pela permanência na comunidade, embora confesse o seu cepticismo em relação à UE. A sua demissão surge num momento em que a Comissão Europeia pressiona o Reino Unido para acelerar a saída, que, segundo Juncker, não será "um divórcio amigável".

“Cheguei a Bruxelas como alguém que fizera campanha contra a possibilidade de o Reino Unido se juntar ao euro e alguém céptico em relação à Europa”, escreve Hill. “Abandono certo de que, apesar das suas frustrações, a nossa participação era benéfica para o nosso lugar no mundo e boa para a nossa economia.”

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